Sem Terra ocupam Incra na Bahia

“Apenas com solidariedade de classe conseguiremos avançar significativamente na luta contra o capital e por direitos historicamente conquistados”, afirmou Evanildo Costa, da direção nacional do MST.
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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Na última quarta-feira (8), mais de mil trabalhadores Sem Terra ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na capital baiana em repúdio à extinção do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) feita pelo governo golpista e interino de Michel Temer (PMDB).

Na ocupação diversas reivindicações foram pautadas junto ao Instituto que vem sofrendo com o sucateamento de suas atividades.

Para o MST no estado, não apenas os camponeses e camponesas serão afetados com a supressão do MDA, os funcionários que atuam diretamente no órgão também são atingidos.

Na ocasião, café da manhã que reuniu os servidores do Incra em um grande ato de solidariedade e de luta contra os retrocessos políticos que a classe trabalhadora vem sofrendo com o governo de Temer foi realizado na ocupação.

A mística que embala os espaços de luta do MST também esteve presente apontando a unidade de classe como ponte estratégica para avançarmos na luta por direitos.

“Apenas com solidariedade de classe conseguiremos avançar significativamente na luta contra o capital e por direitos historicamente conquistados”, afirmou Evanildo Costa, da direção nacional do MST.

“Ocupamos o Incra para denunciar o descaso com que as políticas agrarias vem sendo tratada neste país e construir unidade com os servidores, pois a luta é de todos e a Reforma Agrária precisa ser entendida como uma política estruturante para garantir o desenvolvimento e a soberania do nosso país”, disse.

Além dos servidores e dos trabalhadores Sem Terra, representações da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado da Bahia (SINTSEF/BA) e da Associação dos Servidores do Incra no Estado da Bahia (Assincra/BA) foram prestar solidariedade as lutas.

 

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Sucateamento

Entre as diversas questões apontadas pelos servidores do Incra, a reestruturação do órgão, melhorias para os funcionários e o pagamento dos trabalhadores terceirizados são os principais pontos. Além disso, denunciam o descaso político que o governo vem tendo com o órgão e afirmam ainda, que as superintendência estão abandonas e em algumas, a linha telefônica foi cancelada.

Ao final do café, foi construído um documento assinado pelos movimentos e organizações presentes, inclusive pelo MST, reafirmando a necessidade de melhorar as estruturas do Incra, a volta do MDA e repudiando o golpe institucional implementado no país com o impeachment de Dilma Rousseff.

 

*Editado por Maura Silva