Educadores debatem agroecologia em encontro regional

Diversos objetivos foram apontados durante o encontro. O principal deles foi o de profundar a importância do educador do campo diante da construção da agroecologia como ferramenta de transformação social

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Com o tema “A relação dialética entre o Ser Militante e o Educador do Campo na construção da Agroecologia”, cerca de 320 profissionais da educação realizaram o 29 º Encontro de Educadores e Educadoras da Regional Extremo Sul, em Porto Seguro, extremos sul da Bahia.

Ocorrido entre os dias 21 e 23 de julho, diversos objetivos foram apontados durante o encontro. O principal deles foi o de profundar a importância do educador do campo diante da construção da agroecologia como ferramenta de transformação social. Além disso, dá continuidade ao processo de mobilização para Jornada Cultural Nacional: Alimentação Saudável um Direito de Todos, que será realizada ainda este ano.

Agroecologia e educação

Eliane Oliveira, do coletivo estadual de educação, comentou que estamos diante de uma grave situação de degradação ambiental provocada pelo modelo de produção do agronegócio. ”O encontro de educadores vem denunciar essa realidade e ao mesmo tempo fortalecer o debate sobre a agroecologia, além de pautar a necessidade de que seja inserida como disciplina na grade curricular da educação do campo”.

Eliane ainda comentou que atualmente, nos municípios de Alcobaça e Santa Cruz Cabrália, o MST vem atuando no trabalho sobre agroecologia como disciplina e em outros municípios os trabalhos são de forma interdisciplinar. “Em 2017, pretendemos ampliar essa proposta curricular”, afirmou Oliveira.

Pré encontros

Para a realização desta atividade, nos meses de maio e junho foram realizados seis pré encontros em vários municípios do Extremo Sul. Com objetivo de estudar e avaliar a realidade da Educação do Campo nas áreas de assentamentos e acampamentos do MST, também se pautou nos debates a importância da agroecologia na construção da Reforma Agrária Popular.

O Extremo Sul da Bahia possuí 52 escolas do campo, registradas e anexas, com cerca de 292 educadores e educadoras atuantes desde as modalidades da educação infantil ao ensino médio.

Para Zena Figueiredo, da direção estadual do MST, os encontros de educadores sejam eles estaduais, regionais e das brigadas, possuem o caráter da formação continuada, com a tarefa de fortalecer a relação entre a escola e a comunidade, através do debate de temas relacionados ao dia a dia das famílias.

“Os educadores do campo devem ser agentes de formação, transformação e sensibilizadores deste processo, porque o acesso a terra é um processo de humanização, através de uma agricultura voltada ao trabalhador”, destacou Figueiredo.

Já Valmir Assunção, deputado federal (PT-BA), falou sobre a importância da Educação do Campo na construção da agroecologia e denunciou o golpe contra a democracia perpetrado pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB).

”A educação do campo é uma conquista das famílias camponesas e um elemento importante na construção da Reforma Agrária Popular, mas infelizmente encontra-se ameaçada com a imposição das políticas neoliberais do governo golpista”, concluiu o deputado.