Em Salvador, trabalhadores saem às ruas contra o golpe e a retirada de direitos

Neste 07 de setembro, o MST na Bahia foi às ruas em defesa da democracia e por Reforma Agrária

 

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Diante do atual cenário político, onde se aponta o avanço do modelo neoliberal no Brasil com o governo golpista de Michel Temer (PMDB), o dia 07 de setembro – que historicamente reúne movimentos e organizações populares em torno do “Grito dos Excluídos” -, se consolidou em um caráter emergencial e com o sentimento de indignação.

Por isso, mais de 100 mil trabalhadores e trabalhadoras saíram às ruas da capital baiana para denunciar os retrocessos sociais, já em vigor pelo governo Temer, e exigir a sua saída, sendo considerado como ilegítimo pelos manifestantes.

O percurso escolhido como plataforma de diálogo com a sociedade foi do Campo Grande à Praça Castro Alves, pela Avenida Sete, no centro. Durante todo o ato foi apresentado cartazes, faixas, intervenções artísticas e muita animação com diversas palavras de ordem, dentre elas: “Fora Temer”.

O MST se somou a esta multidão pautando a retomada dos processos de desapropriações de terra e o acesso dos Sem Terra a diversas políticas públicas que garantem inclusão e desenvolvimento.

Além disso, levaram o debate da unidade nas lutas para garantir acúmulo de forças diante da política de repressão construída pelo modelo de produção do agronegócio, que tem ameaçado o direito à liberdade de expressão e organização do povo brasileiro.

A direção do MST no estado afirmou que a criminalização das lutas e repressão aos movimentos sociais por setores dos governos, do parlamento, da mídia e do judiciário está ainda mais acirrada e as ruas precisam ser ocupadas, assim como os latifúndios, propondo um novo projeto político de sociedade.
 

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Marco histórico

A data 07 de Setembro, dia da Independência do Brasil, trouxe à tona uma discussão suprimida dos livros de história. “De que independência estamos falando?” Está reflexão foi proposta durante a mobilização deste ano, que há 22 anos leva as demandas populares às ruas.

Com o lema “Este sistema é insuportável: Exclui, degrada, mata!” e o tema “Vida em primeiro lugar”, o Grito buscou denunciar várias formas de desigualdades do país e apontou o real papel do Estado diante de tanta exclusão.

De acordo com Cedro Silva, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), “o nosso Grito representa unidade política em tempos difíceis e quer dizer que não recuaremos diante de um governo golpista e reacionário”.

“Temos a tarefa de ampliar nosso diálogo com a sociedade e trazer mais movimentos sociais à nossa marcha. Temos ainda, a convicção que apenas com o povo nas ruas teremos força para romper com esta estrutura de dominação e exploração do capital a fim de construir dias melhores”, disse Silva.

 

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Luta unitária

O Grito foi mais uma atividade incorporada ao calendário de lutas do MST por meio da Jornada de Lutas Unitária dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, organizada por movimentos populares, sindicais e pastorais que atuam no campo brasileiro.

Na Bahia, a questão agrária é uma pauta principal, assim como, a defesa da produção de alimentos saudáveis e de políticas de transição agroecológicas.

Para Evanildo Costa, da direção nacional do MST, diante do cenário de retrocessos nos direitos da classe trabalhadora, o envolvimento dos diversos setores da sociedade é essencial e emergencial.

“Estamos vivendo uma ofensiva diária das forças do agronegócio com a retirada de direitos e os conflitos no campo, através das liminares de despejo emitidas pelo judiciário no decorrer deste ano”.

“Nosso movimento está de ‘luto’ pela democracia brasileira, conquistada a duras penas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. Este luto se converte em força popular e em rebeldia para denunciarmos com nossas ferramentas trabalho toda exploração que os trabalhadores vêm sofrendo neste país. Não nos calaremos diante de um Governo Golpista e às ruas, mais do que nunca, será nosso espaço de mobilização”, concluiu Costa.

*Editado por Iris Pacheco