Oficina de rádio capacita juventude Sem Terra no RS

Cerca de 30 jovens da região Metropolitana de Porto Alegre receberam formação neste final de semana
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Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

 

As oficinas do projeto de Olho na Terra continuam mobilizando a juventude do MST do Rio Grande do Sul em torno da comunicação. Neste último final de semana (10 e 11) mais de 30 jovens da região Metropolitana de Porto Alegre receberam formação em rádio no Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão.

Mesmo antes do surgimento do MST, nos anos 80, os agricultores e as agricultoras que lutavam por terra já se preocupavam com a comunicação, conforme lembra Fábio Reis, jornalista e coordenador da frente nacional de rádio do MST. Um exemplo disto foi a construção do Boletim Sem Terra, em 1981, no acampamento Encruzilhada Natalino, em Ronda Alta (RS).

Um dos objetivos do boletim era denunciar o cerco político e físico imposto pela ditadura militar. Mais tarde, ele se tornou o Jornal Sem Terra, que ainda hoje circula nacionalmente.

“Até 1996 os veículos de comunicação pouco falavam no Movimento. Com o passar dos anos começou a aumentar a preocupação de ter nossos meios de comunicação para dialogar com a sociedade, para além das marchas e a metodologia de barracos e bandeiras”, explica Reis.

Ele acrescenta que o MST defende uma comunicação diferenciada, que seja feita pelas e para as comunidades. “A comunicação deve ser crítica e democratizada de acordo com cada realidade, para que também possamos divulgar nossas lutas e ideias. Hoje, nossos veículos de comunicação têm a missão de dizer, principalmente para a juventude, que o campo é, sim, um lugar bom para viver”, complementa.

Durante a oficina, Reis apresentou aos educandos a história do rádio, os tipos de programas transmitidos através do veículo e os equipamentos necessários para fazer comunicação da fala.

A oficina de rádio integra uma série de atividades de formação do projeto de Olho na Terra, que é realizado numa parceria ente o MST da região Sul do Brasil, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Ministério das Comunicações.

Até dezembro deste ano, quando se encerra o projeto, estão previstas outras quatro oficinas na área de audiovisual.