“Um novo ciclo de lutas se inicia com o protagonismo da juventude”, afirma militante Sem Terra

Vitória Rosário dos Santos (15) é uma jovem, mulher, negra e Sem Terra da brigada Carlos Marighella, moradora do Assentamento Ojefferson Santos, no Sul da Bahia
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Vitória Rosário dos Santos, militante Sem Terra

 

Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

 

Cerca de mil e quinhentos Sem Terra ocupam desde a última segunda-feira (5) o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). 

Durante a ocupação, diversas atividades estão sendo realizadas com o intuito de envolver, mobilizar e fortalecer o processo de formação política a partir da cultura popular.

A Juventude Sem Terra vem se destacando nesse processo de construção realizando noites culturais, rodas de samba, intervenções artísticas e sarais da Reforma Agrária.

Vitória Rosário dos Santos (15) é uma jovem, mulher, negra e Sem Terra da brigada Carlos Marighella, moradora do Assentamento Ojefferson Santos, no Sul da Bahia. Ela afirma que o MST, enquanto movimento popular, constrói espaços organizativos que garantem a participação da juventude e o fortalecimento de algumas bandeiras, consideradas de extrema importância, como a cultura, o laser e o protagonismo na luta.

Há três anos Vitória se mudou para o assentamento, onde mora com sua mãe e duas irmãs. Na comunidade tem contribuído no setor de educação, acompanhando de perto as atividades escolares realizadas com as famílias.

Segundo Vitória, uma questão que se destaca dentro do assentamento é o processo histórico de aprendizado, passado de geração em geração. “Tem muitos jovens dentro da comunidade que não conhecem e nem respeitam a história de luta construída ali. Abordar essa história acredito ser riquíssimo para desenvolvermos um amplo processo de participação de todos os sujeitos”.

“A sigla MST precisa ser especificada e colocada como um instrumento de diálogo permanente e não apenas pontual, minha tarefa na educação é abordar isso através de algumas atividades, como o artesanato, o esporte, jogos, noites culturais e muito mais”, explica.

Os jovens do meu assentamento participam dos espaços de formação e de diversos setores dentro do Movimento. Isso é muito positivo e temos clareza que essas questões precisam ser ampliadas. Nesta jornada de luta, onde ocupamos o Incra, isso se intensifica e a juventude se torna os protagonistas de algumas atividades que visam o fortalecimento da luta como um todo.

Participação

Vitória é uma das jovens que tem se destacado nas intervenções de rua realizadas pela brigada de Agitação e Propaganda Maria Bonita e nas atividades de lazer e cultura internas durante a ocupação do Movimento no Incra.

Sobre as ações da Jornada de Lutas Unitária dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, organizada por movimentos populares, sindicais e pastorais que atuam no campo brasileiro, Ela conta que está sendo muito rico ajudar a pautar demandas que garantam melhores condições de vida para todos e todas.

Vitória conclui enfatizando que “o processo de participação desta jornada tem ajudado na sua formação política e que, a partir de agora, um novo ciclo de lutas se inicia no MST com protagonismo da juventude assentada e acampada em defesa das pautas populares”.