MST leva o debate da agroecologia à Universidade Federal do Sul da Bahia

O debate buscou ampliar o diálogo com a sociedade acadêmica para proporcionar a construção de uma ciência comprometida com o desenvolvimento da realidade social
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Participação do MST na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Teixeira de Freitas.

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Nos dias 17 e 18/10 a Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto e alguns militantes da brigada Elias Gonçalves de Meura participaram da “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia” e do “Simpósio: Ruralidades Contemporâneas em Rede” na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), no campus de Teixeira de Freitas e Porto Seguro.

Os eventos contaram com uma participação de mais de 100 pessoas, entre elas, educandos, educadores, pesquisadores, membros de associações e movimentos populares da região.

A participação do MST buscou ampliar o diálogo com a sociedade acadêmica e proporcionar junto a instituição de ensino a construção de uma ciência comprometida com o desenvolvimento da realidade social, as identidades e a história dos povos na região.

Debates e denúncias

A contribuição se deu, principalmente, a partir do diálogo realizado em mesas redondas que trouxeram como temas “Agroecologia: desenvolvimento científico e socioeconômico na produção de alimentos no sul da Bahia” e “Estudos rurais do Extremo Sul da Bahia”.

A mesa redonda focou nas consequências do modelo de desenvolvimento do agronegócio e o impacto deste na vida dos trabalhadores. Além disso, abordou os fenômenos da seca dos rios e lagos; a morte da fauna e flora; a superlotação das principais cidades da região- Teixeira de Freitas, Eunápolis e Porto Seguro-; e o aumento dos índices de violência.

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“A reforma que queremos busca contribuir de forma
permanente na construção de uma sociedade justa,
igualitária e fraterna”, afirmou Eliane Oliveira.

Nesse sentido, os estudantes de ciências médicas falaram das preocupações sobre o uso abusivo de agrotóxicos pelas empesas do agronegócio e seus impactos na saúde das famílias.

Reforma Agrária Popular

Durante sua apresentação, Eliane de Oliveira, da direção regional do MST, apresentou o programa de Reforma Agrária Popular, abordando um de seus objetivos que é proporcionar mudanças estruturais na forma de usar os bens da natureza, na organização da produção e nas relações sociais no campo. “A reforma que queremos no campo brasileiro busca contribuir de forma permanente na construção de uma sociedade justa, igualitária e fraterna”, afirmou Oliveira.

A equipe técnica da Escola Popular enfatizou os desafios encontrados na construção da Reforma Agrária, pontuando a agroecologia como um dos elementos estratégicos capaz de garantir que as famílias assentadas alcancem a Soberania Alimentar e possam produzir alimentos livres de veneno.

Destacaram também, os resultados dos projetos trabalhados com as famílias Sem Terra na construção da agroecologia nos assentamentos do MST no estado.

*Editado por Wesley Lima