Reportagem sobre acampamento do MST é premiada no Paraná

Prêmio Sangue Bom contempla a reportagem “24 horas num Acampamento Sem Terra”, na categoria “Reportagem para organizações sindicais, sociais e jornalismo independente”

 

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Prêmio Sangue Bom contempla a reportagem “24 horas num Acampamento Sem Terra”, na categoria “Reportagem para organizações sindicais, sociais e jornalismo independente”. Foto: Brunno Covello

 

Por Riquieli Capitani
Da Página do MST 

Em sua 10ª edição, o Prêmio Sangue Bom, que acorreu no último sábado (15), em Curitiba (PR), premiou a reportagem “24 horas num Acampamento Sem Terra”, na categoria “Reportagem para organizações sindicais, sociais e jornalismo independente”.

O evento é realizado todos os anos pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor/PR), e reconhece anualmente os melhores trabalhos jornalísticos realizados pelos meios de comunicação do estado.

A matéria que foi produzida pela jornalista Paula Zarth Padinha e pelo repórter fotográfico Joka Madruga, através da parceria do portal de notícias Terra Sem Males e a Revista Ágora, do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), foi elaborada a partir de uma visita dos profissionais da comunicação ao Acampamento Dom Tomás Balduíno, área ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em 2015.

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Para Paula, receber o Prêmio Sangue Bom este ano foi muito além do reconhecimento pelo trabalho que desenvolve como jornalista no Terra Sem Males. “Costumo dizer que fazemos nas reportagens de campo somente o básico do jornalismo, mas poucos profissionais se dedicam a isso. Por isso parece tão diferente nosso trabalho”. E acrescenta. “Pra mim o mais gratificante foi ganhar com uma matéria dando visibilidade às lutas por terra pra plantar e por acesso à moradia contando as histórias de famílias do MST. É uma visibilidade que a mídia convencional e comercial não dá. A versão sem a criminalização ou sem o enfoque em algo que deu errado”, afirma.

A passagem pela área, decretada pela justiça federal como pertencente a União, se deu em fevereiro de 2016, e teve como objetivo a produção de um impresso especial do Terra Sem Males, a primeira reportagem foi publicada na Revista Ágora que circulou no dia 07 de abril, data em que dois Sem Terra do acampamento foram assassinados pela PM e pela Araupel.

O texto jornalístico relata a luta diária das 1,2 mil famílias acampadas em busca da terra e de um lugar digno para viver. Traz também os pequenos luxos das moradias, como: uma lâmpada e uma tomada ligada à energia elétrica por casa, além de água encanada na pia.

A matéria aborda também a prioridade da educação nas áreas de acampamento, com as Escolas Itinerantes, a produção agroecológica, a luta pela comida sem veneno, saudável como processo de formação das famílias acampadas. Além disso, os jornalistas também relatam a criminalização que o MST sofre por parte da mídia local, e os sonhos de muitas famílias do MST que já foram realizados com o assentamento em várias áreas na região.

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“É um orgulho propiciar essa visibilidade aos movimentos sociais e ter amplificado essa visibilidade. Não é fácil escrever exercendo a função social do jornalismo, mas é uma busca que não pode ser esquecida”.

Confira matéria original publicada pelo Terra Sem Males
Acesse aqui o ensaio fotográfico no acampamento Dom Tomás Balduíno
Confira o Jornal especial Terra Sem Males sobre a Reforma agrária

*Editado por Iris Pacheco