Escola Popular promove intercâmbio com estudantes da rede estadual de ensino

O intercâmbio buscou realizar um amplo estudo sobre a alimentação saudável, tendo como base os debates acerca da soberania alimentar, agroecologia, agricultura camponesa e da Reforma Agrária Popular.

 

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
 

14642399_733560770125153_8976369882053553938_n.jpg
O intercâmbio é uma ferramenta pedagógica para o ensino da agroecologia.

 

Nos dias 18 e 19/10 a Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egidio Brunetto, no Extremo Sul da Bahia, transbordou de mística com os olhares curiosos e atentos de 83 estudantes, filhos e filhas de pescadores, marisqueiros, indígenas, quilombolas e trabalhadores do campo, que participaram de um “Intercâmbio de Vivência Agroecológica”.
 

Os estudantes são matriculados na Escola Estadual Alcides Afonso, em Mucuri, e estão cursando o ensino fundamental dois e o ensino médio.
 

O intercâmbio buscou realizar um amplo estudo sobre a alimentação saudável, tendo como base os debates acerca da soberania alimentar, agroecologia, agricultura camponesa e da Reforma Agrária Popular.
 

Para garantir a realização dos objetivos citados foi aprofundado o debate nas bases teóricas da agroecologia, agro biodiversidade e nas práticas de manejo orgânico. Além disso, a “Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida” foi mais um instrumento de formação e qualificação do debate.
 

Uma escola do povo
 

De acordo a Eliane Kay, coordenadora política da Escola Popular, a realização da atividade permitiu aos filhos dos trabalhadores conhecer a Escola como um espaço da classe trabalhadora, de formação de consciência e também, como um espaço de produção de alimentos livres de agrotóxicos.
 

TARDE-1.jpg
As turmas puderam ver a agroecologia sendo aplicada na prática. 

 

Já Estefani Delfino, estudante do 1º ano, avaliou que a vivência permitiu compreender o processo de construção da agroecologia, seu funcionamento. “Aprendemos que esta matriz produtiva é como uma engrenagem, onde tudo que se conecta e se complementa, desde a realidade de cada um”.
 

“Eu já conhecia um pouco, mas a partir da vivência pude comprovar que dá para a gente plantar sem veneno e de uma forma muito mais barata”, afirmou Delfino.
 

Reeducar para transformar
 

Por outro lado, a educadora Elza Sales acredita que é preciso realizar um processo de reeducação a partir da perspectiva agroecológica, com teoria e prática, possibilitando a construção de um mundo melhor.
 

“Estudar a recuperação de áreas ambientais degradadas de forma natural e orgânica na prática, como o vivenciado no intercâmbio, é bem diferente de estudar numa sala de aula. E aqui deixamos uma contribuição prática. A vivência o nos possibilitou essa experiência”, concluiu Sales.
 

A coordenação da escola pretende ampliar este espaço de intercâmbio e vivência agroecológica, para que se torne rotineira a participação de outros movimentos e setores da sociedade. A princípio, já se aponta a necessidade de anualmente realizar o intercâmbio neste formato, contando com a participação de estudantes da rede pública de ensino.

*Editada por Geanini Hackbardt