Sem Terra ocupa ruas e fecha BRs contra retrocessos e em defesa das pautas populares

Na Bahia, o MST se mobilizou nos quatro cantos do estado para dizer “não” ao amplo processo de criminalização dos movimentos populares

 

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Foto: Saulo Cordeiro

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

A última sexta-feira (11), dia de Greve e Paralisações da classe trabalhadora em todo país, foi marcada por inúmeras lutas e denúncias em repúdio as medidas constitucionais implementadas pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB).

Na Bahia, o MST mobilizou milhares de trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, nos quatro cantos do estado, contra o congelamento dos gastos públicos com a PEC 241, que no Senado mudou para PEC 55; a aprovação do Projeto de Lei (PL) 4.567/2016 que altera o papel da Petrobras na exploração do pré-sal; a reforma da Previdência; o PLC 30 que prevê a terceirização irrestrita das atividades e a corrupção.

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Foto: Saulo Cordeiro

Além disso, o MST se somou as lutas para dizer “não” ao amplo processo de criminalização dos movimentos e organizações populares no atual contexto político, denunciando a invasão da Polícia Civil à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), a prisão de Sem Terra com a “Operação Castra” e o assassinato dos trabalhadores Vilmar Bordim e Leomar Orback no Paraná.

Lucineia Durães, da direção estadual do Movimento, destacou que o processo de unidade é de extrema importância para continuar avançando na luta e denunciar a retirada de direitos da classe trabalhadora.

“Enquanto houver terra pra que seja ocupada, nós ocuparemos. Enquanto as escolas não forem espaços de construção de cidadãos críticos, nós também a ocuparemos. Enquanto as BRs não forem um espaço de manifestação possível da classe trabalhadora, nós as fecharemos. Como fecharemos todo e qualquer espaço público para questionar esse pacote que retira direitos do povo”, enfatizou.

Lutas

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Cidades polos, consideradas grandes centros no interior do estado, como Vitória Conquista, Teixeira de Freitas, Itabuna, Juazeiro, Barreiras e Paulo Afonso, houve grandes lutas com manifestações, marchas e trancamentos de BRs.

Nas cidades de menor porte, onde o MST está organizado também houve luta, em parceria com diversos movimentos do campo e da cidade, com destaque para Porto Seguro, Capim Grosso, Catu, Bom Jesus da Lapa e Jequié.

Só na capital baiana cerca de 5 mil pessoas caminharam do Campo Grande, centro, em direção ao Campo da Pólvora, localizado em Nazaré. No percurso houve diversas intervenções artísticas, cartazes, gritos de ordem e faixas que exigiam a saída de Temer e o fim dos retrocessos sociais em pleno vigor pelo seu governo.

Para Ed Carlos da Silva, também da direção do Movimento, a luta não pode parar e os processos de mobilizações precisam ser intensificados. “Nós não vamos aceitar a retirada de direitos por este governo golpista que está aí. Não aceitaremos cortes na educação, saúde, assistência social”.

“Ocupamos as ruas para garantir dignidade aos trabalhadores e trabalhadores. Permaneceremos em luta permanente”, afirmou Silva.

Além das lutas, o MST no estado também está se solidarizando com os processos de ocupações das escolas e universidades, pautando a Reforma Agrária Popular e contribuindo nas articulações e espaços de formação construídos pelos próprios estudantes.

*Editado por Iris Pacheco