Campeonato da Reforma Agrária leva alegria e integração às famílias Sem Terra no RS

O ato de abertura resgatou a luta das famílias Sem Terra para a conquista do Assentamento Filhos de Sepé, que em 20 anos de história é o maior produtor de arroz agroecológico do Brasil
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Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

Fotos: Leandro Molina

 

Muito jogo de bola, integração e alegria marcaram a fase final do 8º Campeonato Estadual da Reforma Agrária, realizada neste último final de semana no Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão, na região Metropolitana de Porto Alegre.

Cerca de mil acampados e assentados de todas as regiões do estado participaram do torneio de futebol &”39;sete&”39;, que é promovido desde o ano de 2005, de forma oficial, em áreas de assentamento do MST no RS. O evento também foi prestigiado pelo ex-governador Olívio Dutra e os deputados Edegar Pretto e Dionilso Marcon.

O ato de abertura resgatou a luta das famílias Sem Terra para a conquista do Assentamento Filhos de Sepé, que em 20 anos de história é o maior produtor de arroz agroecológico do Brasil – no local, são colhidas 120 mil sacas ao ano. Lá também são produzidas toneladas de outros alimentos que são comercializados por meio de cestas a domicílio, feiras, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

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Ao todo, 28 times participaram do torneio nas categorias Força Livre Masculino, Feminino e Veteranos. A equipe que fez mais pontuações levou para casa o troféu da 8ª edição do campeonato. Segundo o dirigente estadual do MST, Cedenir de Oliveira, o principal objetivo do evento não é promover a competitividade, mas envolver os Sem Terras em torno do esporte, propiciar momentos de integração e alegria, e celebrar os frutos da reforma agrária. É por isso que, além dos jogadores, também entraram em campo, durante mística, alimentos orgânicos que são produzidos em áreas da Reforma Agrária.

“Nosso lema é Sem Terra não enrola, ocupa terra e joga bola. Aqui no campeonato tem espaço para homens e mulheres, jovens e veteranos, não tem disputa e sim confraternização. Queremos que a alegria continue sempre dentro e fora do campo para construirmos a reforma agrária popular”, explica Oliveira.

A filha de assentados Bianca Pietroski, de 17 anos, joga futebol há uma década e hoje faz parte da equipe feminina do Atlético, que desde janeiro se preparava com outros times da região Metropolitana para o campeonato. Ela mora com os pais no Assentamento Filhos de Sepé e comenta que o torneio é uma oportunidade para rever amigos que vivem em outros lugares. “O esporte também nos une e isso é muito importante, principalmente para os nossos pais que podem reencontrar o pessoal do tempo de acampamento”, diz Bianca.

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