Camponesas ocupam sede do Incra em Maceió, e dão inicio à Jornada de Lutas

Os movimentos de mulheres alagoanos se unificam em torno à luta contra a Reforma da Previdência.

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Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

 

Cerca de 1500 camponesas de todas as regiões do estado de Alagoas iniciaram na manhã desta terça-feira (7) a Jornada de Luta das Mulheres, com a ocupação da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na capital Maceió.

As camponesas denunciam a paralisia na Reforma Agrária e o ataque do governo Michel Temer (PMDB) ao campo brasileiro através da Medida Provisória 759, que trata da regulamentação fundiária, com medidas que ameaçam as trabalhadoras e trabalhadores rurais, retirando diversos direitos conquistado pelas lutas das camponesas e camponeses ao longo dos anos. Elas também afirmam que a medida busca criminalizar os movimentos que lutam pela democratização da terra e seus processos de mobilização.

“O que o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer está propondo é um verdadeiro golpe na Reforma Agrária e na luta dos camponeses. Por isso, nós, mulheres do campo, iniciamos nossa jornada de lutas no mês de março, ocupando o Incra com as nossas bandeiras e instrumentos de trabalho, para dizer que estamos despertas contra qualquer atitude que ameace o que conquistamos ao longo da nossa história”, destacou Margarida da Silva, da Direção Nacional do MST.

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Além do MST, participam das ações da Jornada de Lutas no estado de Alagoas o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), a Comissão Pastoram da Terra (CPT), o Movimento Via do Trabalho (MVT), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Unidos Pela Terra (MUPT) e Terra Livre.

De acordo com a dirigente do MST, as camponesas iniciam as Jornadas de Lutas de 2017 dando o tom do que devem ser as ações populares ao longo do ano. “Estamos vivendo um período de grandes ataques aos direitos da classe trabalhadora. 2017 deve ser um ano de grandes lutas e de muita resistência, e as mulheres camponesas iniciam esse processo em todo o país, contra o agronegócio e na defesa dos nossos direitos”, afirmou Silva.

A jornada acontece em todo o país, marcando a passagem do dia 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, e mobilizando diversas mulheres do campo e da cidade. “Nossa jornada é uma demonstração da resistência das mulheres camponesas”, destacou Diana Aleixo, do MLST. “Não vamos aceitar o golpe na Reforma Agrária, nem o golpe na Previdência! Cada uma dessas medidas do governo golpista afeta diretamente a vida das mulheres que vivem no campo. Estamos mobilizadas para denunciar cada ataque à vida das mulheres e para demonstrar nossa disposição de construir lutas na defesa da democracia e dos direitos das mulheres que vivem no campo ou na cidade”, asseverou.

Nos próximos dias, as camponesas devem permanecer acampadas em Maceió, onde seguem mobilizadas, somando-se às ações conjuntas com os movimentos de mulheres urbanas, pautando o direito das mulheres e, em especial, a defesa da Previdência Social pública, universal e que garanta as trabalhadoras e trabalhadores o direito a uma aposentadoria digna.

 

*Editado por Leonardo Fernandes