Três mil trabalhadoras ocupam às ruas do Comércio, em Salvador

De acordo com Lucinéia Durães, da direção estadual do MST, é nas ruas e na ocupação do latifúndio que barraremos esse golpe político que retira direitos das trabalhadoras
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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Com faixas, cartazes, músicas, gritos ordem e “mística revolucionária”, cerca de 3 mil mulheres, do campo e da cidade, realizaram um grande ato político em repúdio as medidas golpistas do Governo Temer, entre elas, a Reforma da Previdência, avaliada como uma ação antipopular e que impacta diretamente a vida da classe trabalhadora.

O ato aconteceu na tarde dessa quarta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. As atividades tiveram início com uma marcha que saiu do Campo Grande, somando-se a mais mulheres na Praça da Piedade, no centro de Salvador e depois seguindo em direção ao Comércio, na cidade baixa, onde se encontraram com as trabalhadoras Sem Terra e as Pescadoras.

As Sem Terra – que ocupam o Incra desde segunda-feira (6) -, e as pescadoras estavam mobilizadas em frente à Previdência Social denunciando o capital, o agronegócio e os retrocessos políticos implementados por Temer. Com foco nos impactos provocados na vida das mulheres do campo e das águas.

De acordo com Lucinéia Durães, da direção estadual do MST, é nas ruas e na ocupação do latifúndio que barraremos esse golpe político que retira direitos das trabalhadoras.

“Querem roubar nossas conquistas e o futuro dos nossos filhos, da nossa decência e dignidade. Por isso, estamos despertas para lutar contra e qualquer medida que possa retroceder naquilo que nós, enquanto mulheres, conquistamos”, e continuou, “em luta gritaremos mais alto e forte: nenhum direito a menos e fora temer!”, enfatizou Durães.

Nesse sentido, Bruna Weyll, do Levante Popular da Juventude, afirmou que a Reforma da Previdência retira direitos, como as pensões e a figura do segurado especial, políticas conquistadas com luta e enfrentamento. Por isso, destacou “quando as mulheres são livres, os povos são soberanos”.

Olhando para a realidade das mulheres quilombolas, Rosimeire, do Quilombo Rios dos Macacos, reafirmou a necessidade de lutar contra essa medida provisória e apontou o desafio de trazer para ordem do dia o debate dos povos tradicionais e somá-lo a questão do território.

Para a direção do MST no estado, o verdadeiro objetivo desta reforma é a de privatizar a previdência e entregar os trabalhadores aos bancos, para que os mesmos se enriqueçam com os pagamentos de previdência privada. Destacam assim, que essa iniciativa é uma contrarreforma e as lutas precisam ser intensificadas.

Interior do estado

No interior do Estado as Mulheres Sem Terra participaram de duas lutas. A primeira mobilizou mais de 1,2 mil trabalhadoras, do campo e da cidade, em frente a Previdência Social de Juazeiro, no norte baiano, gritando “Fora Temer” e exigindo uma reforma realmente democrática e popular.

Em Barreiras, no oeste, cerca de 500 mulheres fizeram luta contra violência e denunciaram o modelo de produção do agronegócio, com foco na degradação ambiental e a super exploração do trabalhador e da trabalhadora.

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Jornada de Lutas

As ações do MST fazem parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, que no mês de março tem construído diversas mobilizações em todas as regiões do país com unidade, enfrentamento e denúncia.

Através da Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a palavra de ordem é “Se você não lutar, sua aposentadoria vai acabar!”. Nas articulações internacionais, a Jornada se soma as lutas em todo o mundo contra a retirada de direitos e o Capital, com ênfase na Greve Internacional das Mulheres do 8 de Março.