Cooperativa do Paraná se prepara para receber selo orgânico da produção de leite

O selo reconhece a escolha por um modelo de desenvolvimento agroecológico no assentamento na cidade de Paranacity

 

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Além do leite, a cooperativa produz cana-de-açúcar, da qual são feitos melado, cachaça e açúcar mascavo – Créditos: Divulgação

 

Por Camila Maciel
Do Brasil de Fato

No Paraná, 22 famílias da Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória (Copavi) produzem coletivamente em uma terra conquistada há cerca de 24 anos pela reforma agrária.

Agora, eles se preparam para uma nova conquista: a cooperativa vai receber um selo orgânico da produção do leite no assentamento.

Para eles, que fazem parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o selo reconhece a escolha por um modelo de desenvolvimento agroecológico na região da cidade de Paranacity.

É o que explica Solange Parcianellu, vice-presidente da cooperativa, em entrevista à Rádio Nacional da Empresa Brasil de Comunicação.

“Um dos objetivos nossos no início era produzir o orgânico mais para as famílias mesmo. Mas no decorrer do tempo a gente foi vendo que a saída para a agricultura familiar para ter o benefício de uma alimentação saudável a gente passou a ter o objetivo que era nós produzir totalmente orgânico e agroecológico”, declarou.

A visita dos certificadores do Ministério da Agricultura deve ocorrer no final de abril, mas a população da região já tem garantido uma alimentação mais saudável com a oferta do leite orgânico.

Um estudo da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, aponta que o leite orgânico pode conter até 50% mais de ômega-3 do que o leite da agricultura tradicional.

Mas a produção agroecológica também enfrenta dificuldades. Solange destaca a necessidade de programa de assistência técnica voltado especificamente para este tipo de produção.

“Enfrentamos muitas dificuldades por não ter grandes políticas voltadas para o agricultor e principalmente na linha da agroecologia. Agora, há pouco tempo, abriu alguns planos, mas ainda são muito pequeno. A agroecologia precisa todo um acompanhamento técnico, uma mudança de cultura”, apontou.

Além da produção de leite, o assentamento em Paranacity produz alimentos derivados da cana, como o açúcar mascavo, o melado e a cachaça. E é tudo sem veneno.

Edição: Brasil de Fato