No Maranhão trabalhadores rurais acampados são perseguidos pela empresa Suzano

Denúncias de ataques aos trabalhadores Sem Terra acampados vêm à tona desde 2014.

 

 

Por Reynaldo Costa
Da Página do MST

 

Mais um conflito envolve a empresa Suzano Papel e Celulose no Estado do Maranhão. Denúncias de grilagem, de apropriação indevida de terras, de danos ao meio ambiente fazem parte do histórico da empresa desde que se instalou no Estado há nove anos. Agora, a denuncia é de perseguições, agressões e tentativa de envenenamento a trabalhadores Sem Terra.

Os fatos acontecem no município de Bom Jesus das Selvas, onde 150 famílias do Acampamento Buritirana, ocupam, desde julho de 2014, a fazenda Rodominas, que logo foi arrenda pela Empresa para cultivo de eucaliptos.

Desde que assumiu a área, a Empresa segue perseguindo os camponeses. As denuncias falam de constantes pressões psicológicas por parte de funcionários da Suzano e também de empresas terceirizadas que atuam na propriedade.

No inicio deste ano, a empresa fechou com cerca a estrada de acesso à vila do acampamento. Os trabalhadores passaram então a usar estradas dentro do plantio de eucalipto e logo a Empresa tentou, mais uma vez isolar o acampamento instalando uma cancela na entrada da estrada usada pelos trabalhadores. Um acordo mediado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) proíbe a empresa de fechar a cancela.

Mais grave ainda é a denuncia de tentativa de atropelamento a um casal de camponeses partindo de um dos carros da Empresa Suzano no final de 2016. A mulher, grávida de oito meses, teve complicações, mas conseguiu salvar o bebê. As vitimas não conseguiram identificar o condutor do veículo.

Outra atitude criminosa da Suzano foi o despejo de veneno, há cerca de 15 dias atrás a partir de um avião, sobre as roças dos trabalhadores e sobre parte do acampamento onde vivem as famílias. Parte das roças foram atingidas e danificadas. “Era fácil ver cair o veneno, parecia neve”, denuncia um dos acampados. Um dos sete lagos da propriedade, o que banha a vila, foi atingido. Os moradores relatam ser fácil encontrar ali peixes boiando.

Todas essas denúncias serão apresentadas à justiça e ao Incra. A área que tem cerca de 6 mil hectares é reivindicada para fins de Reforma Agrária desde 2002. A Coordenação Estadual do MST no Maranhão aponta possível grilagem já que a área pode ser da União Federal.

 

 

*Editado por Rafael Soriano