Em São Paulo, assentamento produz doces e mel para a 2º Feira Nacional da Reforma Agrária

Unidas, as mulheres trabalhadoras do Assentamento Dom Tomás são o exemplo de que a organização pode ajudar a contornar as dificuldades geradas pelo atual modelo de produção de alimentos
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Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST

Quem conhece a dura história de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Assentamento Dom Tomás Balduíno, no município paulista de Franco da Rocha, se surpreende com a alegria com que hoje, mais de 15 anos depois da primeira ocupação, trabalham a terra.

Pomar cheio, horta de dar gosto… Agora é hora de preparar os produtos que serão comercializados na 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária, que acontece entre os dias 4 e 7 de maio, no Parque da Água Branca, zona oeste da capital paulista.

Além dos alimentos in natura, o Assentamento Dom Tomás Balduíno levará doces, produzidos pelas mulheres assentadas.

 

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“Tudo começou quando a Rosa disse que as mulheres precisavam se unir, organizar um grupo de solidariedade, de apoio. Mas ainda não sabíamos como fazer. Foi então que a Maria propôs que nos juntássemos para fazer doces. Assim a gente evitaria que as frutas estragassem”, explica Marilene, apoiadora do assentamento. 

A iniciativa, motivada pela realização da Feira Nacional, pode se tornar um projeto produtivo permanente. “Nós começamos fazendo os doces, mas logo ganhamos um forno, e a ideia é começar a fazer pães e seguir produzindo juntas”, diz orgulhosa.

O Assentamento Dom Tomás Balduíno possui ainda um projeto de apicultura. O mel produzido já começa a ser engarrafado para ser levado ao Parque da Água Branca.

Apesar da iniciativa ter sido tomada pelas assentadas, alguns companheiros se somaram à proposta, reconhecendo o poder de organização das mulheres.

“A gente precisa valorizar o trabalho das mulheres. Elas se unem, se organizam para produzir. Isso é um exemplo para todos nós”, afirma Nilson, enquanto ajuda a ralar o mamão.

Unidas, as mulheres trabalhadoras do Assentamento Dom Tomás são o exemplo de que a organização pode ajudar a contornar as dificuldades geradas pelo atual modelo de produção de alimentos e pelo cenário político de golpe. A ausência de incentivos não impediu a criação de novos projetos produtivos, que geram renda às famílias assentadas, e alimentos de qualidade para o povo trabalhador do Brasil. 

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