10 mil trabalhadores ocupam as ruas de Salvador pelo Fora Temer e por Diretas Já

Protesto na capital baiana se somou ao grande ato nacional, que reuniu outras 200 mil pessoas em Brasília nesta quarta-feira (24).

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
Fotos: Julio Fisherman / Frente Brasil Popular

 

A região do Campo Grande, no centro de Salvador, foi palco da concentração de uma das marchas mais simbólicas da capital baiana. Com gritos de ordem, os manifestantes repudiaram o governo golpista de Michel Temer (PMDB). A manifestação se somou ao grande ato nacional pelas “Diretas Já”, que reuniu 200 mil trabalhadores e trabalhadoras, ligados a diversos movimentos e organizações sociais, em Brasília, nesta quarta-feira (24).

Em Salvador, a marcha, que percorreu a Avenida Sete até a Praça da Sé, no centro histórico da cidade, foi impulsionada pelos batuques dos tambores, o barulho dos apitos, que se misturaram com a forte chuva que caia e o desejo coletivo de renúncia do Temer para construção emergencial de eleições diretas no Brasil.

Durante o percurso, a avenida ficou pequena para o tamanho da marcha que não parava de gritar para os quatro cantos da cidade “Fora Temer”. Esse sentimento contagiou Inalba Fonteles, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que emocionada, fez uso do microfone para destacar que com o povo nas ruas vai ser possível construir um país verdadeiramente soberano. “Nós, trabalhadores, não seremos derrotados e continuaremos em luta contra os retrocessos e a perca de direitos”, afirmou.

Vamos conversar sobre as Diretas Já?

 

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Enquanto a marcha seguia, militantes do Levante Popular da Juventude faziam uma ação de panfletagem, convocando os curiosos e não curiosos a se somarem a marcha. Aproveitando para conversar com as pessoas sobre o atual momento de golpe que vive o país e a importância de se construir eleições diretas para o povo decidir o futuro da nação, com bases na construção de uma Constituinte Soberana e Popular.

“A senhora sabia que Michel Temer está dia após dia implementando medidas que retiram direitos essenciais de cada trabalhador?”, questionava os militantes na abordagem. Desta maneira, foi possível ampliar o diálogo, considerado essencial para formação e conscientização da luta política.

“Golpistas, fascistas. Não passarão!”

Com a voz rouca, Moema Gramacho, do Partido dos Trabalhadores (PT) e atual prefeita do município de Lauro de Freitas, destacou que a marcha ficou para história, pois a Bahia, mais uma vez, deu exemplo de luta. “Nosso lugar é na rua, e Temer, o lugar que você ocupa não te pertence. Por isso nós gritaremos bem auto ‘Fora Temer’ e leve ACM junto”.

Nesse sentido, Cedro Silva, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Bahia, criticou o “desgoverno” de Temer e o apoio dado a ele por Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto, do Partido Democratas (DEM) e prefeito de Salvador.

“Nós precisamos redemocratizar nosso país e construir uma constituinte de caráter popular”, apontou Cedro como desafio, e completou: “continuaremos em marcha em defesa, e estaremos nas ruas sempre defendendo nossos direitos”.

Ao final da marcha, foi reafirmado o compromisso dos trabalhadores e trabalhadoras de permanecerem vigilantes sobre o atual cenário de luta e preparados para ocuparem as ruas, BRs, BAs e órgãos públicos da capital e do interior do estado.

 

*Editado por Leonardo Fernandes