MST lamenta a morte de Miguel Urbano

Miguel Urbano faleceu neste sábado (27) aos 91 anos.

 

 

Da Página do MST

 

O MST emitiu uma mensagem lamentando a perda do “grande amigo, mestre, internacionalista”, Miguel Urbano. Para o Movimento, a inspiração de Urbano é no sentido do compromisso fiel com a classe trabalhadora, com o estudo e formação e, principalmente, a importância do internacionalismo.

O jornalista português teve no Brasil o lar enquanto exilado. Após a Revolução dos Cravos, retornou a Portugal e lá editou diversos diários (entre os quais o Avante!), foi parlamentar e professor universitário. Miguel Urbano faleceu neste sábado (27), em Portugal, aos 91 anos.

Confira a Mensagem do MST e o poema feito em sua homenagem por Ademar Bogo:

MST PERDE UM AMIGO, MESTRE, E INTERNACIONALISTA

Perdemos nosso querido e sábio MIGUEL URBANO, que partiu hoje do seu Portugal.

Estamos todos muito tristes. e o MST perde um grande amigo e mestre, com quem apreendemos a importância do internacionalismo, do estudo e da fidelidade com a classe trabalhadora.

Direção Nacional do MST

 

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Miguel Urbano
 02/08/1925 – 27/05/2017

 

SÁBIO COMUNISTA

                                 

 Ao Miguel Urbano

 

De longe o fado sonolento,

Avisa-nos que o sábio adormeceu…

Tal qual o operário ao fim do dia

Deixa o cansaço nas mãos da utopia

E sai somente com o saber que é seu.

Deixa nas letras as marcas de seus feitos

Na sua luta contra os preconceitos

Que passaram por dentro de suas vistas…

Mas não tiveram um uma só condescendência

Foram golpeados pela força da consciência

Edificada no sábio comunista.

(Sua escrita, não dita!

Grita, agita e faz que se reflita

Sobre a maldita exploração.

É fogo que queima

É paixão que teima

Mudar a ideia e o coração).

Deixa, é verdade, a planta da obra ainda por fazer

Não é a obra apenas do poder

Dos cravos florescidos e não colhidos…

Das conquistas parciais e arremedos;

Das Repúblicas do terror e do medo

Nem dos frágeis governos de amizade.

Mas a obra que eleva a humanidade

Ao mais alto grau do espírito comunista;

Onde o valor de troca é a solidariedade

E a propriedade, internacionalista.

Suas  ideias como as imigrações

Seguirão forçando as forças e as fronteiras.

Em cada porto rompendo uma barreira

Abrindo portas nas mentes e corações.

E, no futuro, a História quando olhar

Verá o passado no presente ainda a instigar

Em meio aos textos, poesias e canções…

A permanência das revoluções.

 

Por  Ademar Bogo

Bahia, 27 de maio de 2017.

 

 

*Editado por Rafael Soriano