Uma educação que nasce do povo e para o povo

A educação popular é um instrumento de emancipação dos povos, seja ela no campo do conhecimento e da formação social, ou na construção de uma identidade que tenha como base a soberania popular.

 

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Nossa sociedade é marcada pela desigualdade, principalmente na garantia de direitos. Por isso, a educação não pode perder de vista nos seus debates e metodologias essas contradições e nesse sentido, precisamos de um modelo educativo que possua a voz do povo.

Essa reflexão foi uma das questões que fizeram parte da mesa temática “Educação Popular”, que aconteceu nessa última quinta-feira (8), na Praça Piedade, em Salvador, durante a 3º Feira Estadual da Reforma Agrária.

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Rosana Fernandes, da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), foi uma das mediadoras do debate e trouxe a importância da identidade de classe ao processo pedagógico, tendo como base as formulações de Paulo Freire. “Os quilombolas, Sem Terra, Indígenas sempre acreditaram na luta como façanha da história e na utopia, buscando constantemente a liberdade no amor como coisas vivas nos seus discursos e práticas pedagógicas”.

Nesse caso, a educação popular é conceituada como um instrumento de emancipação dos povos, seja ela no campo do conhecimento e da formação social, ou na construção de uma identidade que tenha como base a soberania popular.

As relações coletivas foram um ponto de partida nas discussões, sem perder de vista a valorização do conhecimento e da realidade em que se insere o sujeito.

Ao analisar essas amplas dimensões, Rosana Mara, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), afirmou que o povo possui a capacidade de se reinventar, seja no campo produtivo, cultural ou até mesmo no debate de gênero e de luta contra as opressões, dando amplitude aos fatores sociais.

Foi destacado também a importância de não haver separação entre a prática e o discurso, pois a Educação Popular e a Educação do Campo estarão sempre nas pautas dos movimentos.

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“É notória que a formação da identidade do sujeito individual, como protagonista na construção do campo cultural artístico, e coletiva contribui na tomada de decisão e criação de unidades nas bases familiares e no enfrentamento ao projeto que oprime. O modelo de educação defendido pela classe trabalhadora nos dá respostas acerca disso”, explicou Mara.

As discussões em torno dessa Mesa Temática conseguiram agregar um diversidade de sujeitos, movimentos e organização populares que há tempo investem força política na construção desse debate, que para o MST acumula muitos elementos na luta em defesa da Reforma Agrária Popular e do Socialismo.