Sem Terra ocupam fazenda de cana no MS

A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas que acontece desde ontem (25) em todo país.
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Por Janelson Ferreira 
Da Página do MST

Na madrugada desta terça (25), cerca de 200 famílias do MST ocuparam a fazenda Perobal, no município de Itaquiraí, distante 400 quilômetros de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária realizada pelo MST em todo país. A Jornada tem por objetivo pautar a Reforma Agrária na agenda política nacional. 

A fazenda está localizada BR-487, que liga Itaquiraí à Caraíma, PR. Cercada por assentamentos da Reforma Agrária, a propriedade há anos vem afetando a produção de alimentos das famílias por conta do uso de veneno no monocultivo de cana. A plantação de hortaliças, frutas e algumas culturas, como o bicho-da-seda, já foram afetadas pelos agrotóxicos que, devido ao vento quando aplicados, acabam atingindo os lotes das famílias assentadas. 

Para Marina Ricardo Nunes, da direção nacional do MST, a Jornada de Luta deseja mostrar que a Reforma Agrária é mais atual do que nunca. “O governo golpista de Michel Temer está fazendo de tudo para acabar com a Reforma Agrária. Ele acha que conseguirá, mas, se depender de nossas famílias, continuaremos lutando para assentar quem hoje está acampado e por mais atenção para nossos assentamentos”.

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Para a militante, a atual conjuntura exige que se faça um debate profundo sobre os rumos do país. “É muito bom que a sociedade brasileira queira debater a corrupção. No entanto, devemos fazer isto de forma honesta, abordando onde ela está mais entranhada, como, por exemplo, no agronegócio, com a nítida relação das grandes empresas da área com os esquemas de propinas, compras de parlamentares e até o envolvimento com tráfico de drogas”, indica a Sem Terra. 

A Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que ocorre no Dia do Trabalhador Rural, além de recolocar a luta pela terra na pauta nacional, também deseja aumentar o coro pelo “Fora Temer”, com o lema “Corruptos, devolvam nossas terra!”. No último dia 11, o governo de Temer sancionou a Medida Provisória 759, que trata da regularização fundiária e do Programa Nacional de Regularização Fundiária. Este ato demonstra o evidente objetivo de Temer e seus aliados para o campo brasileiro: fazer avançar o agronegócio e acabar com a Reforma Agrária.

Para Ricardo Nunes, somente a união da classe trabalhadora conseguirá frear Temer e a retirada de direitos. “Esta Jornada ocorre de forma unitária em todo o país. Enquanto fazemos esta ocupação, no Mato Grosso, a fazenda de Blairo Maggi está ocupada, assim como de vários outros corruptos da política nacional. É somente assim, de forma unitária, que faremos nossas vozes serem ouvidas”, finaliza a dirigente.