18° Romaria estadual da terra e das águas é realizada no Pontal do Paranapanema

a Romaria tornou-se um momento importante de debate, celebração e ação política trazendo presente a temática das terras devolutas e da justa luta pela implantação de novos assentamentos para enfrentar a crise econômica
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Foto: Arquivo CPT/SP

 

 

Por Gerson de Souza
Da Página do MST 

Com o tema “Fazenda Nazaré: Terra devoluta é terra de quem luta” e o lema: “A luta pela terra é a mãe de todas as lutas”, cerca de 1000 pessoas se reuniram no último dia 30 de julho na fazenda Nazaré, uma área de 4850 hectares no município de Marabá Paulista na região do Pontal do Paranapanema para a 18ª Romaria da Terra e das Águas do Estado de São Paulo e a 10ª Romaria da Diocese de Presidente Prudente, organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o MST.

 

Sob o cenário do golpe contra a democracia e da retirada de direitos dos trabalhadores, a Romaria tornou-se um momento importante de debate, celebração e ação política trazendo presente a temática das terras devolutas e da justa luta pela implantação de novos assentamentos para enfrentar a crise econômica, o desemprego e fortalecer a produção de alimentos saudáveis para o povo brasileiro.

A construção coletiva da Romaria reuniu agentes de pastoral da CPT e das Comunidades Eclesiais de Base, assentados e acampados do MST, militantes do Levante Popular da Juventude, religiosos da região e do estado de São Paulo, assim como parlamentares e membros da comunidade marabaense.

Nos que antecederam Romaria aconteceram missões nos acampamentos, assentamentos e bairros de Marabá Paulista, além do Acampa Pontal, encontro organizado pelos jovens do MST e do Levante de caráter formativo e preparatório para as místicas da romaria que reuniu 50 jovens.

Fazenda Nazaré: Terra devoluta é terra de quem luta!

O tema da Romaria não poderia sintetizar melhor a luta pela área que foi julgada devoluta e deverá ser destinada para fins de Reforma Agrária. O processo de desapropriação da Fazenda Nazaré é fruto de uma luta que já ultrapassa duas décadas. Nesse período foram realizadas cerca de 17 ocupações deste latifúndio pelo MST e um duro enfrentamento à oligarquia política da família Lima que controlava as terras até então, até que fosse definitivamente arrecadada para a Reforma Agrária. 

O conflito maior agora se deve a escolha do nome do assentamento, que de acordo com as famílias acampadas há quase 10 anos, deve ser uma homenagem à companheira Maria Gorete de Souza como assentamento Irmã Gorete. No entanto, a proposta do governo do Estado de São Paulo e do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP), contrário às famílias acampadas quer arbitrariamente nomear a área de André Franco Montoro, afrontando a organização popular e a decisão coletiva das famílias que serão assentadas na área.

 

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Foto: Padre Jurandir (CPT)