MST ocupa Minas Gerais com arte e cultura da Reforma Agrária

Os eventos contarão com atrações como apresentações musicais, teatro, cinema, capoeira, sarau de poesia, mostras fotográficas e de artes plásticas.
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Da Página do MST 

Alimentar a luta, cultivar a arte! Este é o lema que, a partir do dia 2 de setembro, vai conquistar sete regiões do estado e a capital no Circuito Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

Governador Valadares, Montes Claros, Alfenas, Juiz de Fora, Almenara, Uberlândia, Betim e Belo Horizonte receberão mostras dos assentamentos e acampamentos que irão compor e cantar as mais diversas linguagens artísticas e culturais. Além disso também teremos as feiras de produtos industrializados e in natura com alimentos saudáveis, em transição agroecológica e a preços acessíveis para a população.

Os eventos contarão com atrações como apresentações musicais, teatro, cinema, capoeira, sarau de poesia, mostras fotográficas e das. Tudo produzido por sem terras e parceiros do movimento que constroem e apoiam o projeto de Reforma Agrária Popular. Enquanto o público se diverte com as atividades artísticas, poderá se deliciar com a cozinha da roça, a culinária da melhor qualidade trazida direto dos fogões a lenha, dos fundos das casas do interior mineiro. O primeiro festival acontece no Vale do Rio Doce, em Governador Valadares, nos dias 2 e 3 de setembro.

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Para Ênio Bohnenberger, da Direção Nacional do MST, esta é uma forma de alinhar a cultura e a política, propagandeando o projeto do movimento para o campo brasileiro. “Nós construímos a cultura sem terra desde que rompemos as cercas do latifúndio e semeamos as primeiras plantações para nos alimentar. A partir disso, a resistência, as místicas, as músicas que cantamos, as novas relações sociais construídas, a produção agroecológica, a educação do campo são dimensões em que uma nova cultura vai se enraizando e frutificando. Os trabalhadores tem a capacidade de expressar isso em forma de arte. Queremos que a sociedade conheça essa arte e compreenda que ela não se separa da luta”, explica o dirigente.

Para ele, o trabalho com a cultura é resultado de três décadas de organização e aprendizado do movimento. “Aprendemos em nossa trajetória a Reforma Agrária não se faz sem o apoio das cidades, ainda mais em tempos de golpe no Brasil, em que esse governo ilegítimo paralisou todas as políticas para o campo e quer entregar nossas terras ao capital financeiro internacional, legalizando inclusive a venda de lotes. O MST não admite isso. Também assumimos o compromisso de alimentar a população, sem o uso de agrotóxicos, coisa que o agronegócio é incapaz de fazer. Então, o circuito é a forma que encontramos de colocar esse debate para a sociedade”, contextualiza Bohnenberger. Por isso, em todos os festivais o debate sobre a alimentação saudável irá permear a programação, em celebrações ecumênicas e conferências com a participação de especialistas no tema.

Entre as atrações previstas estão músicos consagrados como Pereira da Viola, Zé Geraldo, Wilson Dias, Rubinho do Vale, Titane e mais algumas surpresas de projeção nacional. “Procuramos dialogar com aqueles artistas que constroem sua trajetória alinhada à outra lógica de pensar a cultura, que vai muito além de um mercado, mas passa por uma proposta de sociedade. Nossos convidados estão na luta contra o golpe, pela democracia, defendem a reforma agrária e disputam a sociedade historicamente”, aponta Guê Oliveira, dirigente estadual do Setor de Cultura do MST. Todas as atrações terão entrada gratuita.

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Festival Estadual

O Festival Estadual será realizado em Belo Horizonte, na Serraria Souza Pinto, reeditando o sucesso do Festival Nacional realizado em julho do ano passado. Entre os dias 6 e 8 de outubro a capital receberá cerca de mil sem terras, que trabalharão na realização do evento. A Feira Alvimar Ribeiro deverá trazer 110 toneladas de alimentos para comercialização. Já o palco Vander Lee receberá cerca de 80 artistas entre cantadores, corais, teatro e diversas manifestações da cultura popular mineira.

Outro destaque é a Conferência sobre alimentação saudável, batizada de Silvino Gouveia. A atividade, construída em parceria com os organizadores do Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), contará com a presença de figuras renomadas nacionalmente que estudam e trabalham com o tema na área das ciências, da cultura e da luta política.

Inauguração do Armazém do Campo

Em meio à programação do Circuito, no sábado, 21 de outubro, também será lançada a loja da reforma agrária, em Belo Horizonte. O espaço do Armazém do Campo está em fase final de reforma e organização do estoque com os produtos comercializados nas feiras, itens agroindustrializados de todo o país, além de café e pratos típicos da cozinha mineira e atividades culturais. O Armazém é parte da recém-concebida rede de comercialização da reforma agrária, uma proposta de proporcionar o acesso aos produtos do MST e da agricultura familiar num espaço fixo nas cidades.

Confira a agenda completa:

SETEMBRO
02 e 03 – Governador Valadares
07 a 10 – Montes Claros
22 a 24 – Alfenas
28 a 30 – Juiz de Fora

OUTUBRO
06 a 08 – Festival Estadual, Belo Horizonte, Serraria Souza Pinto
21 – Inauguração do Armazém do Campo, em Belo Horizonte

NOVEMBRO
11 e 12 – Almenara
17 a 19 – Uberlândia
25 e 26 – Betim