Militante Sem Terra recebe a Medalha Zumbi dos Palmares

Fabya Reis foi homenageada pela tarefa militante, acadêmica e institucional que tem desempenhado desde os 19 anos de idade.

 

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Fotos: Kleidir Costa – Sepromi / GOVBA

Uma noite de ancestralidade, resistência e histórias que trouxeram à tona a luta contra o racismo, o patriarcado e a defesa da Reforma Agrária enquanto base revolucionária para construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Muitos foram ainda os sentimentos que envolveram os amigos, familiares, movimentos e organizações populares que nesta última segunda-feira (28), na Câmara Municipal de Vereadores de Salvador, participaram da entrega da “Medalha Zumbi dos Palmares” a Sem Terra e secretária de promoção da igualdade racial no estado da Bahia, Fabya Reis.

Homenageada pela tarefa militante, acadêmica e institucional que tem desempenhado desde os 19 anos de idade, com foco na promoção de políticas e organização de mulheres, Sem Terra, negros e negras, o ato de entrega da medalha foi realizado com muita emoção.

Em sua fala, Fabya destacou que o recebimento da honraria é símbolo de uma tarefa e condução coletiva realizada durante o processo de militância nos movimentos sociais, como no MST e Movimento Negro. “Nesses movimentos fui aprendendo o significado da luta por novos valores e pela construção do socialismo”, explicou.

“Este momento só é possível porque compartilhamos lutas, sonhos e acumulamos em torno do saber popular. Agimos com rebeldia e ao mesmo tempo, rememoramos o legado de sujeitos históricos, como o próprio Zumbi dos Palmares, Dandara, Maria Felipa, Carlos Marighela”.

Ela destacou também as diversas conquistas realizadas a partir das ações que tem desempenhado na Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), sem perder de vista, a contribuição “valorosa” dos movimentos e organizações nesse feito.

Pensando nisso, a dirigente nacional do MST, Elizabeth Rocha, que acompanhou de perto a militância de Fabya, disse que a partir da tarefa administrativa, executada por ela no MST, toma novas dimensões quando se afirmou enquanto liderança política.

“Nossa companheira [Fabya] viu que na construção política de uma gestão é imprescindível o lugar da mulher. Sua capacidade organizativa tem nos ensinado que a luta do campo e da cidade é uma luta de todos e todas, não importa o movimento ou organização”, acrescentou Rocha.

Com sorrisos no rosto e flores nas mãos, entregue pelos amigos e parceiros de luta, a aprovação política e afetiva que Fabya tem conquistado em sua trajetória foi visível. “Essa medalha representa o povo negro, o povo Sem Terra e o reconhecimento coletivo desse processo”, salientou.

Marcado pela referência de Fabya na luta pela liberdade e contra as opressões de gênero, raça e classe, ao final das homenagens uma grande festa, ao som e ritmo do Ilê Ayiê, esperava todos os presentes para finalizar o ato de entrega da medalha.