MST encerra 1º Festival de Arte e Cultura do Vale do Rio Doce

O encontro entre campo e cidade reuniu cerca de 300 Sem Terras que afirmaram a alimentação saudável e a cultura popular como parte da vida de assentamentos e acampamentos da região.
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Da página do MST

Doces típicos, cachaça, queijos, galinha caipira, jurubeba, cozinha da roça e apresentações culturais marcaram os dois dias do 1º Festival de Arte e Cultura do Vale do Rio Doce. O festival faz parte do Circuito de Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária e contou com a produção de 13 áreas do Vale do Rio Doce, expondo em 23 barracas, produtos da Reforma Agrária em transição agroecológica, produtos da medicina popular e pratos típicos da cozinha da roça.

“O festival superou a expectativa do movimento, as áreas dobraram a produção prevista, todos os artistas que estavam confirmados compareceram, afirmando o compromisso com a cultura popular”, afirma Terezinha Sabino, dirigente Estadual do MST na região do Rio Doce.

Segundo a organização do Festival, houve um grande número de pessoas visitando a feira e prestigiando as atrações culturais. “Conseguimos envolver a cidade, com um grande número de visitantes, avaliamos que a Brigada de Agitação e Propaganda cumpriu um importante papel de diálogo junto a população, foram quatro dias de trabalho de divulgação do festival”, ressalta Terezinha.

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Arte e Cultura como forma de denúncia no Vale do Rio Doce

O festival buscou mostrar as lutas e denunciar as questões históricas da região, através da arte. Recentemente o Rio Doce se viu ameaçado pelo maior crime ambiental da história do Brasil, o rompimento da barragem de Mariana, que levou lama e minério para o maior rio da região e um dos maiores do estado. Muitos assentamentos e acampamentos que estão localizados as margens do Rio Doce e foram prejudicadas com a água contaminada, muitas famílias utilizavam a água do rio para irrigar a plantação, a pesca foi totalmente escassa na região.

“Dialogar essas questões com a sociedade se fez necessário, mas com uma linguagem criativa, e saudável, a música consegue fazer isso. A denúncia tem que ser feita de uma forma propositiva, com ações iniciativas, tanta nas políticas públicas como nas iniciativas populares”, relata Ney Mura, rapper popular, acampado do MST e compositor da música “Hidrelétrica PAC Só Trás Problemas”, que denuncia a construção de grandes centrais hidrelétricas no Brasil. Outra forma de dialogar com a sociedade foi a doação de 800 mudas, produzidas no Viveiro Silvino Gouveia no assentamento Liberdade. A proposta do projeto “Semeando Agroflorestas”, que se realiza em outras 3 regiões do estado, é produzir 20 mil mudas de árvores produtivas por viveiro, criando áreas produtivas através do reflorestamento no entorno de áreas da Reforma Agrária.

Ciranda Paulo Freire Freire realiza atividades culturais durante todo o Circuito

Com brincadeiras pedagógicas, cantigas de rodas, ensino dos princípios do MST a Ciranda Infantil Paulo Freire cumpre um importante papel no evento. Com a presença de 40 crianças na ciranda itinerante Paulo Freire, acompanhadas dos pais e responsáveis os meninos e meninas vem das áreas de Reforma Agrária e permanecem no local durante todo o encontro.

A Ciranda Paulo Freire estará presente em todo Circuito do Festival de Arte e Cultura da Reforma Agraria tendo um importante papel de formação para as das crianças camponesas.

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Artistas Regionais, resistência em forma de música

Diversos artistas estiveram presentes no festival levando animando os participantes com sua arte e levantando a bandeira da Reforma Agrária Popular. Foram 22 atrações culturais envolvendo apresentações musicais, teatro, oficinas, agitação e propaganda e dança.

“Um evento cultural como esse, ele é importante de qualquer forma, porque ele faz a divulgação da cultura e do trabalho do MST”,  afirma Paulinho Manacá, artista popular regional.