Debate sobre aspectos contemporâneos da questão agrária acontece no RN

Evento trouxe um resgate do direito e sua herança colonial, percorrendo seu processo histórico até os dias atuais, analisando como a questão agrária é tratada pelo estado brasileiro.

 
Por Janaína Lima
Da Página do MST 

Durante o segundo módulo do Curso de Extensão em Educação em Direitos Humanos e Acesso à Terra da Via Campesina, realizado pelo Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) do Semiárido, diversos movimentos sociais, estudantes e professores, se reuniram com uma programação interna aos cursistas e externa para a comunidade, para fazer o debate sobre aspectos contemporâneos da questão agrária no Brasil. 

Nesse sentido, na semana de 17 a 22 de setembro, realizaram dois debates amplos. O primeiro sobre “A questão dos agrotóxicos no Brasil: o veneno está na mesa e na legislação” com a participação do Cleber Folgado, militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que também lançou um livro denunciando o agronegócio e seus impactos na vida do povo brasileiro. 

Um segundo debate apontou “Os aspectos contemporâneos da questão agrária no Brasil: decisões do STF e mudanças legislativa”, com a contribuição da professora Dra. Érika Moreira da Universidade Federal de Goiás. 

O evento trouxe um resgate do direito e sua herança colonial, suas estruturas e judicialização da política, percorrendo seu processo histórico até os dias atuais, analisando como a questão agrária é tratada pelo estado brasileiro. 

Além de apontar as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e a manutenção da hegemonia que dificultam a reforma agrária e justiça social, contribuindo assim para se pensar nos desafios da luta dos camponeses frente ao agronegócio e sua relação com o Estado. 

Logo, o que está posto em tempos de golpe, é que a disputa das ideias nas universidades, assim como denunciar os retrocessos nos direitos sociais pelo governo golpista do Temer, é necessária. Ocupar o latifúndio do saber é tarefa daqueles e daquelas que querem pintar a universidade de povo. 

O curso segue com suas atividades na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), reunindo diversos movimentos sociais na construção do conhecimento popular que pense a vida do povo e a transformação da sociedade. 

*Editado por Iris Pacheco