Educadores debatem a agroecologia como estratégia de luta no norte da Bahia

O evento contou com a participação de 100 profissionais da educação que atuam nos assentamentos e acampamentos do MST.

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

 

Entre os dias 27 e 28 de setembro, o MST realizou  o 14° Encontro de Educadoras e Educadores da Regional Norte com o tema “Agroecologia como estratégia de luta em defesa da Educação do Campo”, no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juazeiro (Sinserp), no norte da Bahia.

O evento contou com a participação de 100 profissionais da educação que atuam diretamente ou indiretamente nos assentamentos e acampamentos do movimento na região.

Durante os dois dias foram debatidos diversos tema que dialogam com a atual momento político que vive o Brasil e com as lutas protagonizadas pelas famílias Sem Terra na região. Para isso, alguns temas foram discutidos no espaço, com base na formação pedagógica e com foco na agroecologia e na educação do campo, como instrumentos políticos de formação e construção de um novo modelo de produção.

Para Iolanda Souza, técnica em agroecologia, falar desse tema é abordar as questões relacionadas a política, &”39;porque agroecologia também é política&”39;. “Não há agroecologia, se primeiro não houver uma conversa política com os agricultores, com as famílias, com as escolas e com o poder público”, complementa.

Ela acredita ainda que é essencial iniciar o processo de formação com as crianças, jovens e adultos para construir sujeitos sensíveis às discussões que envolvem a luta contra o modelo de produção do agronegócio e que pautem novas relações sociais entre os trabalhadores, a natureza e a produção de alimentos.

Além destas questões, os educadores debateram a aplicabilidade das discussões na construção de um currículo voltado às escolas do campo, pois problematizam a fragmentação desse instrumento escolar que não atende às especificidades da realidade camponesa.

Falaram também da educação do campo enquanto direito e um espaço de formação para classe trabalhadora, com o objetivo de fortalecer as lutas e a organização das famílias nos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária.

A Direção do MST na região avalia o encontro como mais uma ferramenta de resistência, que conseguiu reafirmar compromissos no campo da educação pública e de qualidade, na construção de uma alimentação saudável e um currículo escolar que atenda às especificidades das escolas do campo.

 

*Editado por Leonardo Fernandes