Em audiência com a Casa Civil, Sem Terrinha cobram mais comprometimento de Sartori com a educação

A audiência foi realizada com nove Sem Terrinha da região Metropolitana de Porto Alegre e acompanhada por quatro educadores e o presidente da Assembleia Legislativa
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Foto: Caco Argemi

 

Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

 

Uma comissão de crianças Sem Terrinha participou de audiência com o chefe da Casa Civil do governo José Ivo Sartori (PMDB), Fábio Branco, na tarde desta quarta-feira (11) no Palácio Piratini em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

A audiência foi realizada com nove Sem Terrinha da região Metropolitana de Porto Alegre e acompanhada por quatro educadores e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edegar Pretto (PT). Na oportunidade, as crianças leram a Fábio Branco uma carta e apresentaram uma pauta de reivindicações, que trazem os anseios e as principais demandas dos filhos de trabalhadores assentados e acampados de todas as regiões do estado, principalmente na área da educação.

Entre os problemas destacados estão a política de fechamento de escolas, os processos de nucleação e enturmação, a falta de professores e de investimentos. Conforme as crianças, estas medidas adotadas pelo governo Sartori comprometem a qualidade da educação. “Queremos que o governador olhe com mais carinho para as nossas escolas”, disse Jamili Braz Marcon, de 8 anos de idade.

Para que tenham condições de estudar nas comunidades onde vivem, os Sem Terrinha pediram o desarquivamento de processos que tratam da construção de seis escolas e reforma de outras duas, localizadas em Canguçu, Herval, Sananduva, Piratini, São Gabriel, Santana do Livramento, Joia e Itacurubi. Além disto, pediram mais segurança e qualidade nos transportes escolares, garantia de fiscalização dos veículos e melhoria das estradas.

Outra pauta apresentada diz respeito à alimentação escolar, que em muitas situações é a principal refeição dos educandos. As crianças pediram que 80% dos alimentos adquiridos para a merenda venham da agricultura familiar. Também reivindicaram que o valor repassado para a alimentação seja superior a R$ 1,00 para todas as escolas, independente do número de educandos.

Os Sem Terrinha exigiram ainda medidas do governo para assentar as mais de duas mil famílias acampadas no estado e para proibir a pulverização aérea e combater o uso abusivo de agrotóxicos, especialmente em áreas próximas às escolas. A pauta também teve como reivindicação a ampliação do acervo literário das escolas e a garantia de professores para todas as turmas e áreas de ensino.

O chefe da Casa Civil se comprometeu a encaminhar as demandas apresentadas para os departamentos competentes e a dar um retorno para as crianças.

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Foto Catiana de Medeiros 

Encontros regionais

A audiência na Casa Civil faz parte da 19ª Jornada dos Sem Terrinha do Rio Grande do Sul, que iniciou no último sábado (7) com um encontro regional no Sul do estado. Até a próxima sexta-feira (13) acontecem encontros em outras regiões onde o MST está organizado, com o tema “Reforma Agrária Popular e Agroecologia”. A previsão é que cerca de 1 mil crianças estejam mobilizadas em várias atividades, entre elas a preparação ao 1º Encontro Nacional dos Sem Terrinha, que ocorrerá em maio de 2018 em Brasília.

 

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Foto: Caco Argemi