Mais de dois mil SemTerra seguem mobilizados em Alagoas

Ações e mobilizações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária.

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Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

 

Organizados no MST, na Comissão Pastoral da Terra (CPT), no Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e no Movimento Via do Trabalho (MVT), 2500 trabalhadores e trabalhadoras estão mobilizados na capital alagoana desde o último domingo (15). A ação faz parte da Jornada de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, que denuncia o desmonte da Reforma Agrária promovido pelo governo golpista de Michel Temer.

Com os prédios do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da sede do Ministério da Fazenda ocupados desde o início da manhã de segunda-feira (16), os Sem Terra cobram o descontigenciamento do orçamento de 2017 para a Reforma Agrária e a recomposição do recurso para 2018.

“O orçamento para 2018 é mais um forte golpe aos trabalhadores e trabalhadoras”, denuncia José Roberto, da Direção Nacional do MST. “O desfalque no orçamento para as políticas públicas destinadas à Reforma Agrária e à agricultura familiar, mostram de que lado o governo dos golpistas está e não é ao lado de quem produz alimentos saudáveis para a mesa do povo brasileiro”.

 

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Sem Terra seguem mobilizados em Alagoas

De acordo com José Roberto, políticas de diversas áreas ligadas diretamente ao Incra ou ao Ministério do Desenvolvimento Social (que hoje abarca o ex-Ministério do Desenvolvimento Agrário) sofreram grandes cortes.

“No que diz respeito ao orçamento destinado a obtenção de imóveis rurais para a criação de assentamentos da Reforma Agrária, o corte foi de 83%,comparado ao orçamento de 2017. Para a promoção da educação no campo, o corte foi de 86,1%”, explicou José Roberto.

“Os golpistas querem acabar com a Reforma Agrária e com os trabalhadores e trabalhadoras que vivem no campo. Nossa resposta está expressa na nossa unidade, na nossa resistência e na nossa luta em todos os cantos do país”, afirmou.

José Roberto se refere aos diversos estados mobilizados durante a Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária.

Para o dirigente, a proposta de orçamento para a Reforma Agrária enviada ao Congresso Nacional inviabiliza a vida dos camponeses e camponesas. “Os cortes atacam diretamente às áreas fundamentais para a produção de alimentos saudáveis e que se relacionam com a qualidade de vida do homem e da mulher no campo”.

Unidade campo e cidade

A Jornada segue em Alagoas com grandes atos em defesa da Previdência e contra a reforma de Temer ao direito à aposentadoria do povo brasileiro.

Em Maceió, Arapiraca e Delmiro Gouveia, a Frente Brasil Popular, e outras organizações convocam mobilizações contra a Reforma da Previdência em todo o estado.

 

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Ato percorre as ruas de Maceió.

Margarida da Silva, da Direção do MST, destacou a importância da mobilização em defesa da aposentadoria. “Essa é uma pauta que une o campo e a cidade. Defender os direitos conquistados pela classe trabalhadora é uma tarefa de todas e de todos. Nas ruas, demonstraremos mais uma vez nosso repúdio ao projeto golpista de jogar no lixo os nossos direitos”, disse.

“A reforma da Previdência proposta por Temer e sua corja é uma verdadeira catástrofe para os homens e especialmente para as mulheres do campo. Estaremos juntos em mais um ato unitário, nas diversas regiões de Alagoas, reafirmando nosso compromisso na defesa da Previdência e de todos os nossos direitos ameaçados”, concluiu.

 

*Editado por Leonardo Fernandes