MST realiza marcha até o Palácio Piratini e audiência com a Casa Civil, em Porto Alegre

Conforme Ildo Pereira, dirigente nacional do MST, a marcha, que sairá da sede do Incra, tem o objetivo de denunciar à população o desmonte de políticas públicas para a Reforma Agrária no país
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Foto Letícia Stasiak

 

Por Catiana de Medeiros 
Da Página do MST 

Cerca mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupam desde o início da manhã de ontem o pátio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, realizam nesta quarta-feira (18), a partir das 14h30, uma marcha até o Palácio Piratini, no Centro Histórico da cidade.

Conforme Ildo Pereira, dirigente nacional do MST, a marcha, que sairá da sede do Incra (Avenida Loureiro da Silva, 515, Centro Histórico), tem o objetivo de denunciar à população o desmonte de políticas públicas para a Reforma Agrária no país. Em frente ao Palácio Piratini será realizado um ato, a partir das 16 horas, com a participação de centrais sindicais e movimentos populares, para denunciar os retrocessos que estão sendo colocados à sociedade brasileira pelo governo de Michel Temer (PMDB), como a reforma da previdência e o corte dos orçamentos de 2018 para a agricultura familiar e a Reforma Agrária.

Já às 18 horas, uma comissão de trabalhadores Sem Terra, acompanhada do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edegar Pretto, participa de audiência com a Casa Civil. A solicitação de agenda com o governo gaúcho foi motivada pela crise do leite no estado, devido decreto que incentiva a importação de leite em pó de países vizinhos, especialmente do Uruguai, e que prejudica a cadeia local. Os Sem Terra também vão pautar a desapropriação de áreas do Estado para a Reforma Agrária; o fechamento de escolas do campo e o andamento dos processos burocráticos para a execução dos projetos contratados via Programa Camponês.

Na ocasião, os integrantes do MST pretendem se posicionar contra a titulação dos assentamentos que está sendo executada pelo governo federal. Segundo Pereira, o Movimento defende a Concessão de Direito Real de Uso (CDRU), que não permite aos beneficiários da reforma agrária vender seus lotes, mas lhes garante o direito de transferir aos seus filhos.

Jornada Nacional

A marcha faz parte da Jornada de Luta pela Reforma Agrária no Rio Grande do Sul, que começou nesta terça-feira (17) com ocupação do pátio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre. Mais de 1,5 mil pessoas participam da mobilização, com o intuito de reivindicar a recomposição do Orçamento de 2018 para a política da Reforma Agrária.

Na manhã de hoje, integrantes do MST se reuniram com o superintendente regional do Incra para tratar da liberação de cestas básicas para os acampamentos, que estão há 11 meses sem receber alimentos, da desapropriação de áreas para a reforma agrária e da situação do Pronera no estado. A partir das 15 horas, integrantes do MST se reúnem com a Casa Civil em Brasília, para tratar da pauta nacional.