MST lamenta o falecimento do companheiro Paulinho Fonteles

Filho de Paulo Fonteles, ex-deputado Estadual assassinado em 1987 pelas oligarquias latifundiárias do Estado do Pará, Paulo Fonteles Filho é sinônimo de uma vida de luta.

 

 

Da Página do MST

 

O MST recebeu com tristeza a notícia da morte repentina do companheiro Paulo Fonteles Filho. O Movimento no estado do Pará divulgou nota em que lamenta sua brusca partida e destaca “trajetória de luta pelas causas humanistas que começa com seu nascimento nos cárceres sombrios da ditadura militar, quando sua mãe, Ecilda Veiga deu à luz em plena cadeia.”

Confira na íntegra:

NOTA DE PESAR

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, vem à público lamentar o falecimento do histórico militante da causa socialista e do PCdoB, Paulo Fonteles Filho.

Paulinho Fonteles, como era conhecido, tem uma trajetória de luta pelas causas humanistas que começa com seu nascimento nos cárceres sombrios da ditadura militar, quando sua mãe, Ecilda Veiga deu à luz em plena cadeia. Filho de Paulo Fonteles, ex-deputado Estadual assassinado em 1987 pelas oligarquias latifundiárias do Estado do Pará. 

Começou sua militância ainda na adolescência atuando na defesa das causas da juventude de seu tempo. 

Há anos conheceu e aprendeu a admirar e militar na defesa do MST construindo espaços de reflexões coletivas e causas comuns. Seu compromisso com a reforma agrária levou apoiar a ocupação da Fazenda Baía do Sol em 2005 de propriedade de sua família, hoje Assentamento Paulo Fonteles onde vivem 60 famílias.

Autodidata, Intelectual e poeta de sensibilidade rara, num tempo em que a militância vem gradativamente abandonando os hábitos da leitura e do amor ao conhecimento. Paulinho Fonteles era profundo conhecedor da história e amante de suas origens Amazônicas. 

Foi vereador em Belém fazendo de seu mandato uma verdadeira tribuna onde ecoavam as mais diferentes bandeiras das classes populares.

Sua última grande causa, foi a do direito à memória e contra o esquecimento na Comissão da Verdade, onde se dedicou de forma incansável na busca pelos restos mortais dos guerrilheiros e perseguidos do Araguaia.

Hoje nossa militância amanheceu mais triste pela sua perda física, mas com a convicção mais profunda de que os tempos sombrios passarão, e que nossas crianças conhecerão seu legado e a sua energia nos ajudará a transformar este mundo.

José Martí nos ensinou que “a morte não é verdade quando se cumpre bem o papel da vida”. Seguiremos nossa longa marcha e te levaremos conosco no mundo novo que construiremos.

Paulo Fonteles Filho!
Presente! Presente! Presente!

Marabá, 26 de Outubro de 2017.

 

Direção Estadual do MST – Pará

 

*Editado por Rafael Soriano