Movimentos realizam grande ato contra despejos de mil famílias no Pará

Jornada iniciada há dois dias com bloqueios e mobilizações, chega nesta quinta a Marabá para vigília.

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Da Página do MST

 

Desde as primeiras horas da terça-feira (21), o MST junto com demais movimentos da região sudeste paraense vem realizando ações de bloqueios das rodovias da região. A jornada acontece devido às ordens de despejos de diversas áreas, onde se encontram 2 acampamentos Sem Terra com cerca de mil famílias.

O juiz da vara agrária da comarca de Marabá, Amarildo Mazutti, postergou a decisão sobre a permanência das famílias e, nesta quinta-feira (23), mais de 1500 trabalhadores rurais de organizações do campo e da cidade marcham por Marabá e realizam uma vigília em frente ao fórum onde ocorre uma audiência.

Além do MST, participam do ato a Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagri), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), que dá também uma conotação de que a luta pela terra nessa região vai além do enfrentamento ao latifúndio. Existe um segundo “senhor”: as grandes mineradoras, que, através da expansão de seus projetos, obrigam a saída de pequenos agricultores da região.

“A Vale há anos vem expulsando os colonos de nossa região, barateando nossas terras e implicando o nosso modo de vida”, denuncia Maria Assunção, moradora do assentamento Palmares, em Parauapebas.

Concentrar terra para crescer o capital e a violência

Segundo o Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, as propriedades rurais com áreas com menos de 10 hectares, são 34,1% do total e ocupam somente 1,5% da área total do Brasil, com média de 4,7 hectares (com base de dados de 2012). Enquanto isso, os imóveis com mais 100.000 hectares (apenas 225 propriedades, menos de 1%) ocupam 13,4% da área total, com média de 361.426,60 hectares. Trata-se de uma das maiores disparidades agrárias do mundo, uma estrutura fundiária pautada no latifúndio. Leia mais.

O Movimento liberou as rodovias na manhã desta quarta-feira e mantém, após a marcha, uma vigília permanente em prol das famílias.

 

 

*Editado por Rafael Soriano