Famílias do MST são ameaçadas pelo Pelotão de Choque da Brigada Militar em ocupação no RS

Os famílias receberam apenas uma hora para deixar o local, elas afirmam que existe ameaça concreta de ação truculenta por parte do aparato militar do estado.

 

Da Página do MST 

 

Vinte famílias do MST que estão acampadas numa área abandonada há oito anos pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, em Taquari, na região do Vale do Taquari, estão sendo fortemente intimidadas pelo Batalhão de Choque da Brigada Militar. Policiais cercam e ameaçam invadir o acampamento, localizado numa área de 500 hectares da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (6).

Os acampados alegam que não foram notificados anteriormente sobre a reintegração de posse e afirmam que o documento apresentado pelo oficial de justiça é de uma ação movida ano passado contra outras famílias que ocupavam o local e que não são ligadas ao MST. Sendo assim, os Sem Terra, que montaram acampamento na área há mais de oito meses, se encontram prejudicados no seu direito de ampla defesa e contraditório.

Os famílias receberam apenas uma hora para deixar o local, elas afirmam que existe ameaça concreta de ação truculenta por parte do aparato militar do estado. Elas estão se organizando para fazer a desocupação do imóvel e denunciam a falta de comprometimento do governo gaúcho com a Reforma Agrária.

“O governo não se mobiliza para realizar a Reforma Agrária e diz não tem dinheiro para pagar o funcionalismo público, mas move todo um aparato para despejar famílias que lutam pelo seu direito à terra e que aqui, numa área antes abandonada, estão produzindo alimentos saudáveis”, ressalta a acampada Daniela Bernardo. Ela acrescenta que o governo não apresentou outras alternativas para a realocação das famílias, tampouco disponibilizou transporte para elas carregarem os seus pertences. Os Sem Terra devem ir para um acampamento do MST no trevo de Charqueadas.