No Pará, famílias Sem Terra do acampamento Hugo Chávez, recebem apoio após ataques

As famílias já haviam concordado em sair do local de forma pacífica quando começaram a sofrer ataques violentos com homens armados em caminhonetes atirando contra os camponeses.
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Da Página do MST 

Trabalhadores Sem Terra do acampamento Hugo Chávez, localizado na zona rural de Marabá, no Pará, estão recebendo diversas manifestações de solidariedade em decorrência de uma ação judicial emitida pela Vara Agrária de Marabá que determinou reintegração de posse para hoje (13).

As famílias já haviam concordado em sair do local de forma pacífica quando começaram a sofrer ataques violentos com homens armados em caminhonetes atirando contra os camponeses.

Diante disso, a campanha “Despejos De Natal” foi criada com o objetivo de mobilizar a sociedade civil brasileira e a comunidade internacional a pressionar as autoridades públicas do estado do Pará para suspenderem o despejo das cerca de 300 famílias.

Veja abaixo algumas das manifestações: 

O geógrafo britânico e professor da The City University of New York, David Harvey condenou os ataques e exigiu uma resposta imediada das autoridades responsáveis. 

“Eu condeno fortemente os ataques às famílias do MST no Pará e os despejos ocorridos no campo Hugo Chavez. Solicito que as autoridades cessem e desistam de suas intervenções violentas e respeitem os direitos humanos das famílias do MST”, afirmou. 

A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) emitiu um comunicado exigindo a garantia da integridade física dos acampados e repudiando a ofensiva do latifúndio no norte do país. 

“Vemos com grande preocupação a escalada da violência gerada pelo governo, orquestrada por assassinos e com a cumplicidade da mídia, contra comunidades organizadas e movimentos sociais. O massacre de Eldorado dos Carajás, no Estado do Pará, ainda está presente em nossas mentes e em nossos corações, quando há 20 anos, as forças policiais mataram mais de 20 trabalhadores Sem Terra. Proibido esquecer!”

Já a Assembleia dos Povos do Sul saudou a decisão das famílias de continuaram em luta e resistência.  “Parabenizamos a valente e corajosa decisão da militância do MST do Pará em permanecer no acampamento”Hugo Chávez”apesar da situação crítica. Exigimos que as autoridades brasileiras ajam com justiça para evitar lesões ou conseqüências fatais e assim, garantir o bem estar das crianças acampadas e de suas famílias”. 

O Movimento Popular Pátria Grande da Argentina reiterou que: “no contexto de um governo autoritário e corrupto imposto por um golpe de Estado, um forte ataque à luta pela terra se desencadeou no Brasil. Esta ofensiva inclui os proprietários com seus guardas privados, funcionários judiciais, meios de comunicação e polícia militar”.

A Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), criada por Igrejas Cristãs como a Igreja Evangélica de Confissão Luterana, a Presbiteriana Independente, a Episcopal Anglicana, a Igreja Católica e a Aliança de Batistas também demonstraram apoio às famílias. 

Ao saber do ataque, a deputada estadual Manuela d&”39;Ávila (PCdoB-RS), que havia visitado o local no final de semana, publicou um vídeo prestando sua solidariedade ao MST e ao acampamento Hugo Chávez. 

O senador Lindbergh Farias (PT/RJ) também prestou sua solidariedade. Em vídeo publicado em suas redes sociais na internet, ele alertou o governador do Estado do Pará que o país está acompanhando os conflitos de violência no campo.

Os professores e alunos da Faculdade de Educação do Campo da Universidade do Sul e Sudeste do Pará (UnifessPa) divulgaram uma carta pública de apoio ao acampamento. “Somos testemunhas de que as famílias estão ocupando a área há, pelo menos, três anos, onde cultivam a terra, criam pequenos animais, possuem uma escola minimamente estruturada para a garantia do direito à educação de seus filhos e atualmente são vítimas potenciais de vários tipos de violências”.