Trabalhadores comemoram cinco anos da COOPTERRA no Espírito Santo

A cooperativa é uma iniciativa de um grupo de 31 famílias de assentados que no ano de 2013 se desafiaram a realizar ações coletivas no processo de beneficiamento e comercialização de café
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Por Mariana Motta
Da Página do MST

Lutar pela terra e faze-la produzir alimentos saudáveis é uma das grandes tarefas do MST, assim, a organização da produção das famílias assentadas é um elemento central da Reforma Agrária Popular. 

A Cooperativa de Produção Comercialização e Beneficiamento dos Assentados (COOPTERRA) é uma iniciativa de um grupo de 31 famílias de assentados do município de São Mateus, norte do Espírito Santo, que no ano de 2013 se desafiaram a realizar ações coletivas no processo de beneficiamento e comercialização de café. Após cinco anos de existência, essa cooperativa amplia seu número de associados, ultrapassando 100 famílias e expande para outros 10 municípios e 16 assentamentos nas regiões norte, noroeste e serrana do estado.

Os cinco anos parecem pouco diante das diversas ações realizadas, tanto na área de beneficiamento e comercialização de café e pimenta do reino, duas atividades econômicas majoritárias nas áreas de assentamento. Mas, entre outras ações, a Cooperativa realizou no último ano a exportação de café torrado e moído para a Venezuela, a partir da intercooperação com a Cooperativa Camponesa (MG) e a Conop (PR).

 

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As ações da Coopterra avançam na organização das famílias assentadas, buscando elevar a qualidade de vida das famílias, através da cooperação. Com muita animação e compromisso, no último sábado dia 9 de dezembro de 2017, foi realizado a Assembleia geral de prestação de contas e comemoração aos cinco anos da cooperativa.

No ato de comemoração, contando com a presença dos familiares de grande parte dos mais de 100 associados, de parlamentares (municipal, estadual e federal), aliados e simpatizantes do MST, foi reconhecido o papel do MST na luta pela reforma agrária e da produção de alimentos saudáveis para o conjunto da sociedade. A cooperação, tanto na produção, no beneficiamento, industrialização e comercialização da produção dos assentamentos, é uma das condições de avançar na luta pela Reforma Agrária Popular na terra conquistada, além de garantir a elevação da qualidade de vida das famílias assentadas.

Mas ainda há muitos desafios das famílias assentadas. “Não podemos nos contentar em apenas produzir e beneficiar nossa produção. É necessário darmos passos na produção de alimentos saudáveis, disponibilizando para sociedade” afirma Joãozinho S. de Souza, agricultor do Assentamento Georgina e Presidente da COOPTERRA.

Durante a atividade comemorativa, foi feita a exposição de produtos da Reforma Agrária Terra de Sabores, como o café, a pimenta do reino, os licores, geleias, sucos, entre outros produtos. Foi exposto também o Café Terra Livre, resultado do processo de intercooperação.

Todos participantes foram abrilhantados com um jantar, bolo de aniversário, comida e bebida que alimentam não apenas o físico, mas também a mística, a articulação política e os ânimos de continuar lutando, tanto na terra conquistada, como na conquista de novas áreas para as famílias acampadas.

Como não podia faltar, a noite segue com show de forró em que as famílias divertiram e se entrosaram. Assim é feita a Reforma Agrária Popular, de luta, de trabalho e de festa. Comemorar as conquistas é valorizar as conquistas para continuar lutando.