Sem Terra inauguram mais 26 unidades habitacionais no Rio Grande do Sul

Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST 

Famílias assentadas nos municípios de Charqueadas, Butiá e Eldorado do Sul, na região Carbonífera do Rio Grande do Sul, comemoraram nesta quarta-feira (20) a construção de 26 unidades habitacionais populares por meio do Programa Nacional de Habitação Rural (PNRH), vinculado ao Minha Casa, Minha Vida.

O ato de inauguração aconteceu no Assentamento Nova Esperança, em Charqueadas, e contou com as participações de representantes da Caixa Econômica Federal (CEF), órgão que financiou os projetos, e da Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs), que é uma entidade organizadora.

A inauguração aconteceu na frente da casa nova de seu Natal da Silva, no mesmo dia em que ele completou 71 anos de idade. “Hoje é um dia muito importante para mim. É o meu aniversário e estamos comemorando coletivamente mais uma conquista. Me sinto no paraíso, porque agora tenho uma casa nova”, contou.

Seu Natal vive no Assentamento Nova Esperança com sua esposa Neli e um de seus sete filhos, o Luis Fernando. O assentado, que já trabalhou com construção civil, acrescenta que foi ele quem construiu a sua própria casa. “Foi uma luta grande chegar até aqui, mas eu mesmo construí a minha casa. Eu batalhei muito com meus filhos por tudo o que conquistei e hoje me sinto muito feliz”, disse.

O trabalhador Valcir de Oliveira, coordenador regional do MST, também participou do ato. Ele ressaltou a importância da construção das unidades habitacionais para as 26 famílias assentadas, que antes de conquistarem seus lotes ficaram acampadas por um período médio de três a dez anos. “A habitação é um dos investimentos mais essenciais para as famílias que passaram anos debaixo da lona preta. Nós almejamos chegar ao assentamento com as condições básicas garantidas, mas temos que batalhar muito ainda depois que conquistamos um pedaço de terra”, completou.

Oliveira destacou ainda que muitos assentamentos já obtiveram várias conquistas através de lutas de camponeses assentados, como estrada, habitação e produção consolidada de alimentos saudáveis. Ele apontou que as famílias que recém tiveram suas casas inauguradas devem comemorar suas conquistas e continuar mobilizadas para garantir seus direitos previstos na Reforma Agrária.

A técnica de edificações Karen Tatiane Oliveira, falou em nome da Coceargs durante o ato, ocasião em que parabenizou as famílias pelas conquistas e compartilhou com os participantes os passos necessários para que fosse possível a contratação dos projetos e a construção das moradias. “Para a Coceargs é uma grande satisfação e uma vitória ver as casas prontas. É um sentimento que não tem explicação. A nossa maior gratificação é a felicidade das famílias pelas conquistas que elas tiveram”, explicou.

As unidades habitacionais

Os 26 projetos foram contratados no segundo semestre de 2016 e o processo de execução das obras feito por meio de construção assistida, onde os beneficiários têm envolvimento integral e autonomia para tomar decisões relacionadas à construção de acordo com suas preferências pessoais.

Todas as unidades habitacionais têm 52 metros quadrados, dois dormitórios, área de serviço, banheiro, cozinha e sala conjugadas. Elas têm acessibilidade garantida e fossas sépticas, além de tratamento do esgoto sanitário. As famílias receberam acompanhamento social para realizar uma série de atividades durante o período de construção, como reflorestamento, preparação de remédios fitoterápicos e implantação de hortas.

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