Na Bahia, encontros regionais preparam militância para 30º Encontro Estadual do MST

O encontro estadual será mais um espaço de comemoração dos 30 anos do MST no estado, mas também, de aprofundamento nas questões que estão relacionadas a luta pela Reforma Agrária Popular
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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
Fotos: Jonas Santos

Desde o início de novembro, o MST na Bahia tem realizado diversos encontros regionais com a militância Sem Terra baiana, com o objetivo de discutir o atual momento político e denunciar as contradições do modelo produtivo do agronegócio.

As atividades se encerraram neste mês de dezembro e mobilizaram mais de 1,5 mil trabalhadores e trabalhadoras em dez regiões da Bahia, sendo elas: Extremo Sul, Sul, Baixo Sul, Chapada Diamantina, Recôncavo, São Francisco, Nordeste, Oeste e Norte.

Além das discussões, os encontros prepararam os participantes para o 30º Encontro Estadual do MST na Bahia, de 10 a 14 de janeiro, no Centro de Treinamento da Secretaria de Desenvolvimento (CTN-SDR), localizado no bairro Itapuã, em Salvador.

O encontro estadual será mais um espaço de comemoração dos 30 anos do MST no estado, completados no dia 07 de setembro, mas também, de aprofundamento crítico acerca de diversas questões que estão relacionadas a luta pela Reforma Agrária Popular, como produção, agroecologia, participação popular, educação do campo, gênero, juventude, cultura.

Durante os encontros regionais, esses temas foram abordados de maneira regionalizada e, a partir do Encontro Estadual, serão sistematizados diversos desafios que o MST possui para o próximo período na Bahia.

De acordo com o Evanildo Costa, da direção nacional do Movimento, as atividades realizadas neste final de ano demarcam um momento importante para o Movimento, como o de resgatar a mística e fortalecer os debates “macros” em torno da Reforma Agrária Popular.

“É impossível pensar a luta pela terra, sem antes consolidarmos métodos organizativos que nos ajude a potencializar as diversas bandeiras de luta que caminham lado a lado com a ocupação do latifúndio improdutivo. Estou falando da participação das mulheres, da juventude, dos LGBT e como essas questões se relacionam ao nosso horizonte estratégico e de projeto de sociedade”, pontua.

Para Costa, essas questões só darão certo se caminharem junto com a formação política, com objetivo de garantir que cada trabalhador e trabalhadora Sem Terra possua um olhar crítico sobre realidade. “Acredito que um dos nossos maiores desafios para o próximo período é o de continuar com nossos cursos de formação e estudos permanentes acerca das lutas de classe na Bahia, no Brasil e no mundo”.

 

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Olhar local

Os encontros regionais, além de provocar diversos debates em torno dos desafios apontados por Evanildo, abordaram questões que norteiam a luta a partir de suas localidades.

No norte da Bahia, por exemplo, a luta se centraliza na questão da água, visando a garantia do seu acesso para plantio e sobrevivência, porém a contradição se aflora no território por conta dos perímetros irrigados que cortam boa parte dos acampamentos do MST e os trabalhadores, em muitos casos, são proibidos de acessar as águas.

Por outro lado, no extremo sul do estado, as lutas são contra os monopólios produtivos do eucalipto e cana-de-açúcar. Nessa região os trabalhadores exigem o processo de desapropriação de áreas para produção de alimentos saudáveis e denunciam ainda, os impactos ambientais e sociais provocados pelas grandes empresas que têm se apropriado das terras.

Os encontros regionais foram construídos a partir dessas especificidades para contribuírem na organização da luta pela Reforma Agrária Popular na Bahia.