Intercâmbio fortalece relações entre movimentos populares do Brasil e da Argentina

Grupo de 21 militantes está no Rio Grande do Sul para conhecer experiências construídas por movimentos da Via Campesina e do Levante Popular da Juventude.
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Intuito do intercâmbio é conhecer organizações populares.

 

Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

 

Conhecer experiências construídas por movimentos populares é o objetivo de 21 jovens, ligados a organizações sociais da Argentina, que participam de um intercâmbio no Rio Grande do Sul. Em 15 dias, eles já estiveram em várias regiões do estado e puderam conhecer de perto iniciativas do MST, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e do Levante Popular da Juventude.

O intercâmbio possibilita aos argentinos vivenciarem experiências que valorizam a educação popular, a produção de alimentos livres de agrotóxicos, a luta pela terra e o trabalho de base nas periferias. A jovem Alfonsina Bissoni conta que está gostando muito da vivência e que o aprendizado adquirido no território gaúcho contribuirá no fortalecimento da Patria Grande, do Movimento dos Trabalhadores Excluídos (MTE) e da Frente Popular Darío Santillán — as três organizações argentinas que têm representações no intercâmbio.

“As histórias, as experiências e os territórios que conhecemos aqui nos darão muito mais que força. Nós adquirimos aprendizado para continuar nossa caminhada, principalmente no que se refere à formação, que é onde ainda temos dificuldades”, explica.

Para compreender parte da realidade do povo gaúcho, o grupo visitou a Cooperativa Mista de Produção, Industrialização e Comercialização de Biocombustíveis do Brasil (Cooperbio), a Cooperativa Mista dos Fumicultores do Brasil (Cooperfumos), a Rede de Sementes Agroecológicas BioNatur, o Centro Popular de Pesquisa e Agroecologia (Ceppa), a Rádio Terra Livre, a Cooperativa de Produção Agropecuária Cascata (Cooptar) e o Instituto Educar.

Também conheceram assentamentos e acampamentos do MST, quilombos, a Federação dos Metalúrgicos e a ocupação Saraí, localizada no centro da capital, participando de estudos para compreender a conjuntura política e a realidade da juventude brasileira.

Para o Sem Terra Daniel Piovesan, que acompanha os jovens, construir relações políticas com organizações populares de outros países está entre as prioridades do MST, por isso iniciativas que propiciam a vivência e a troca de experiências são importantes.

“O internacionalismo é um dos princípios que temos para fortalecer a nossa relação com a América Latina e levar solidariedade aos povos que, assim como nós, lutam por uma sociedade mais justa e igualitária”, argumenta.

 

 

*Editado por Rafael Soriano