Festival aponta desafios e perspectivas de luta atual conjuntura

“É importante centrar forças para derrubar a Reforma Trabalhista e a Reforma Previdenciária”, afirma dirigente do MST

 

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia*
Fotos: Comunicação MPA/BA

 

O atual momento político foi um dos temas discutidos no 2º Festival das Sementes Crioulas da Bahia, na última sexta-feira (2) mediado pelo dirigente nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Luís Carlos, e pela dirigente estadual do MST, Djacira Araújo.

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Djacira Araújo/MST

 

O festival, que aconteceu entre os dias 2 e 3 de fevereiro, na praça da Igreja São Cristóvão, em Brumado, região da Chapada Diamantina, cumpriu o objetivo de resgatar e fortalecer a produção agrícola a partir do uso de sementes desenvolvidas e produzidas por agricultores familiares, assentados da Reforma Agrária, quilombolas e indígenas.

Na ocasião, Araújo apontou as crises sofridas pela classe trabalhadora e afirmou que “não se trata apenas de uma crise política, mas também da crise do capitalismo, que se manifesta em diversas esferas, seja do ponto de vista econômico, cultural ou social”.

A partir disso, enfatizou que o avanço dessas crises trouxe consequências aos valores sociais, pois tem fortalecido o pensamento conservador, onde prevalece a prática do racismo, do machismo, da cultura do estupro, além do crescente número de assassinatos de Jovens, Indígenas, Quilombolas, Sem Terra e Negros.

Ela disse também que o golpe da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, acentuou a crise econômica no país, dando continuidade a um processo de legitimação do poder político à burguesia brasileira, através da mídia e do poder legislativo. “Atualmente, o plano de continuação do golpe é impedir a candidatura do ex-presidente Lula”, destacou Araújo.

 

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Luís Carlos/MPA

Sobre o aumento do desemprego, as privatizações das riquezas do país, a concentração das riquezas na mão da elite, ela afirmou que são resultados das medidas golpista do atual governo. “As medidas têm acentuado as desigualdades sociais e rompido com as ações progressistas do projeto defendido pelo Partido dos Trabalhadores (PT) expressos durante o governo Lula e Dilma”.

 

No campo dos desafios e perspectivas, Luís afirmou que a conjuntura exige do povo brasileiro muita luta e resistência. “Para nós do MPA precisamos dá continuidade na defesa da democracia e de Lula. Vamos continuar lutando, se indignando e se for preciso, retomaremos a nossa greve de fome”, apontou Luís.

Nesse sentido, Djacira salientou ainda, que é necessário pensar, desde já, a construção de lutas unitárias em defesa dos direitos históricos conquistados pelos trabalhadores e, que neste momento, é importante centrar forças para derrubar a Reforma Trabalhista e a Reforma Previdenciária, propostas que serão votadas ainda neste primeiro semestre.

 

*Com informações do Blog Voz Camponesa do MPA na Bahia.