Mesmo após ameaça de despejo, Sem Terra resistem em ocupação da fazenda Esmeralda

Acampadas na Fazenda Esmeralda desde a quarta-feira (7), famílias do MST seguem em luta pautando a Reforma Agrária e as investigações das denúncias de corrupção que relacionam Temer e Lima

 

Da Página do MST 

Nesta terça-feira (14) a Polícia Militar do Estado de São Paulo fixou como data a próxima quinta-feira (22), como prazo máximo para a desocupação da Fazenda Esmeralda, ocupada pelo MST desde o último dia 7.

Os Sem Terra reafirmam que não sairão da área até que exista uma resposta concreta para as reivindicações. Desde o início da ocupação o MST tem solicitado uma reunião com o presidente nacional do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Leonardo Góes, para debater a aquisição da Fazenda Esmeralda para fins de Reforma Agrária.

Além de pautar a realização de um assentamento no local e o andamento da Reforma Agrária no país, a dirigente do Movimento, Joana Costa, declara que “ a ocupação também tem o objetivo de denunciar as falcatruas que envolvem o presidente golpista e seus aliados, que destruíram a democracia em nosso país para promover a ascensão de um grupo que há décadas se oportuna dos cargos políticos para acumular dinheiro de forma ilícita”.

Para Costa, a investigação das denúncias de corrupção que relacionam Lima, Temer e a fazenda Esmeralda devem ter prioridade para que ocorra a rápida resolução dos conflitos da área. Ela justifica a urgência do problema, pois têm sido recorrentes as situações de tensionamento, “a inércia do INCRA em responder nossa pauta tem acirrado a situação de tensão que estamos vivendo desde que entramos na fazenda”.

Em nota, o MST já denunciou as ameaças e o clima de tensão que jagunços têm imposto no local. Vale ressaltar que a presença de jagunços no local é sintomática. Ainda de acordo com Costa: “a violência contra os povos do campo é um elemento estrutural do governo Temer, “no governo golpista a violência no campo disparou, isso é resultado da política agrária que quer beneficiar o latifúndio ao invés de fortalecer a agricultura familiar e a Reforma Agrária”.