Em Valinhos, MST realiza ato em apoio à ocupação Marielle Vive

Durante as falas realizadas no decorrer do ato, as representações das organizações que estiveram presentes enfatizaram a ofensiva do setor imobiliário na região
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Foto João Pompeu

 

Do  Coletivo de Comunicação MST/SP

O corpo negro é o elemento central na reprodução de desigualdades.Ser mulher negra é resistir o tempo todo. Quantos mais terão de morrer para que essa guerra acabe? 

Com essas frases de Marielle Franco,integrantes do MST deram início ao ato político e cultural que aconteceu no fim da tarde deste domingo (15), em apoio à ocupação Marielle Vive, localizada na fazenda São João das Pedras, em Valinhos, região de Campinas.

Durante as falas realizadas no decorrer do ato, as representações das organizações que estiveram presentes enfatizaram a ofensiva do setor imobiliário na região, que especula sobre a área com um megaprojeto para construção de um condomínio de luxo na área ocupada.

“Sou nascido em Valinhos e tenho orgulho de dizer que aqui, na década de 1960, tivemos um dos primeiros projetos de assentamento rural bem sucedido do país. Se hoje somos um município de referência na produção de frutas, se temos a famosa Festa do Figo, isso se deve a esse projeto e a esse bairro de Valinhos, que hoje se chama Reforma Agrária. Não queremos mais um condomínio de luxo, queremos alimentos saudáveis, que essa mata seja preservada e tudo que o projeto agroecológico que o MST pratica, disse Wellington Strabello, do PT de Valinhos.

Outra questão destacada nas intervenções foi a resistência na luta pela terra e contra o golpe. O assessor parlamentar do vereador Pedro Tourinho (PT Campinas), Juliano Ribeiro, ressaltou a urgência da Reforma Agrária no país. “

Se no Brasil o governo ainda não fez Reforma Agrária, se os empresários não querem deixar que a Reforma Agrária seja feita, será o povo em luta que fará”, afirmou. Índio, da Central Única dos Trabalhadores (CUT e da Frente Brasil Popular.

Índio completou: “É de lugares como essa ocupação que surgirão as resistências contra o golpe”, disse.

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Foto João Pompeu

Desde o primeiro dia, a ocupação Marielle Vive tem recebido diversos apoios, como doações de alimentos, roupas, brinquedos, água e visitas solidárias, tanto de organizações do campo da esquerda da região, como
de pessoas residentes nos arredores da fazenda, seja com interesse em iniciar a vida no acampamento ou
apenas conhecer mais sobre a luta e a atuação dos movimentos sociais. Por cerca de cinco meses, o MST
realizou trabalho de base nas periferias da região metropolitana de Campinas para o processo da ocupação.

Todos os bairros em que estivemos na periferia, a população foi muito receptiva. Veem a bandeira do MST, reconhecem a luta e se identificam com ela. É na organização do nosso povo, no trabalho de base e na rua
que derrotaremos esse golpe, finalizou Kelli Mafort, da Coordenação Nacional do MST.

O Grupo de rap “A Família” encerrou o ato com rimas de resistência. Estiveram no ato representações da Frente Brasil Popular, CUT, Intersindical, Sindicato dos Químicos de Campinas, Sindicato dos Médicos de Campinas, Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido da Causa Operária (PCO), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Comunidades Eclesiais de Base, (CEBs), Pastoral Operária, Levante Popular da Juventude,  Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB),  Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST),  Flaskô, Fórum dos Direitos Humanos, entre outras.