Sem Terras desocupam Incra em Imperatriz no Maranhão

Audiência com a superintendência regional do durou mais de 7 horas
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Divulgação MST 

 

Por  Reynaldo Costa
Da Página do MST

Após três dias de negociação os integrantes do MST desocupam na manhã desta quarta feira (16) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Imperatriz, no Maranhão. O MST avalia como positivo o espaço de discussão sobre a situação da Reforma Agrária no Maranhão, mas vê muita lentidão na resolução dos impasses. Nova rodada de negociação será no início de junho.

Durante todo o dia desta terça-feira (15), trabalhadores rurais de quinze acampamentos e assentamentos do sudoeste do Maranhão que ocupavam a sede do Incra em Imperatriz, participaram de uma grande audiência com a Superintendência Regional do órgão no estado. De forma geral os trabalhadores cobraram do Incra mais compromisso e agilidade na conclusão de processos de desapropriação de áreas para Reforma Agrária e empenho para evitar despejos de comunidades com reintegração de posse.

Organizada pelo MST e pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Açailândia a pauta em debate ontem, foi entregue ao Superintendente do Órgão, George Aragão, ainda no início do mês de maio. Na ocasião a superintendência pediu quinze dias análise das reivindicações.

Na avaliação da Coordenação Estadual do MST os avanços foram poucos, “sentiu se até uma falta de compromisso dos agentes do Incra, uma vez que a pauta foi entregue há quinze dias”. Reflete Divina Lopes do MST. No geral o positivo é a permanência do diálogo, com uma nova audiência já agendada.

Ainda na avaliação do MST, o número de comunidades representadas, a organização e a unidade destas foi positivo e será mantida e fortalecida para as próximas ações. Concretamente o Superintendente George Aragão assumiu compromissos de nos próximos dias se posicionar judicialmente pela suspensão da liminar de despejos para a comunidade Cipó Cortado, já em processo de criação do Projeto de Assentamento.

O Órgão também assumiu o compromisso na agilização da aquisição de áreas ocupadas, várias destas já estão em processos de desapropriação porem tem tido muita lentidão do Governo Federal em resolver os impasses com os ditos proprietários das áreas.

Na questão das infraestruturas para os assentamentos o impasse principal é que as comunidades beneficiadas não são as mais necessitadas. A reivindicação dos movimentos é de que o Incra atue com prioridades para as situações de maiores dificuldades.

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Divulgação MST 

Mobilização permanente

“O Incra será desocupado, mas voltaremos sempre que preciso até se avançar na reforma agrária na região” discursa para os trabalhadores Arlando Diniz do Assentamento Cipó Cortado de Senador La Roque. A frase a cima reflete o desejo de todas as comunidades presentes. Na proposta da coordenação do MST e do STTR de Açailândia é de luta permanente.

Uma nova rodada de negociação ficou definida para o dia 5 de junho, na mesma unidade do órgão. Os trabalhadores rurais prometem voltar mais afinados e mais fortes.