Famílias assentadas denunciam incêndio criminoso no Paraná

O fogo já destruiu 30 hectares de preservação permanente, plantação de cana, pastagem, árvores e a horta orgânica.

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Por Coletivo de Comunicação do MST/Paraná
Da Página do MST

 

As 25 famílias do Assentamento Santa Maria, em Paranacity-PR, que produzem leite, iogurte, açúcar mascavo e melados orgânicos, denunciam um incêndio criminoso, que já destruiu 30 hectares da área plantada.

Segundo o relato das famílias assentadas, o incêndio ocorreu no último domingo (29/07). Com a vegetação seca, o fogo se alastrou rapidamente e alcançou a plantação de cana, pastagem, árvores e da horta orgânica. Desde o último dia 24/07, as famílias vêm sofrendo com focos de incêndios que destruíram grande parte da área de preservação permanente do assentamento.

Os assentados registraram Boletim de Ocorrência e cobram das autoridades a investigação do crime e a punição dos responsáveis.
 

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Este era para ser um mês de comemoração, já que em julho as famílias comemoram 25 anos de conquista do assentamento, mas, segundo o assentado Jacques Pellenz, as famílias estão enfrentado com a tristeza e o prejuízo de ataques criminosos de incêndios.

“Nossa horta, que é um exemplo de produção orgânica foi queimada. Toda a nossa produção inclusive é orgânica, não utilizamos a queima. Com isso a gente calcula um prejuízo, que é de mais de R$ 500 mil, que vamos ter. Comprometendo ainda a safra do ano que vem. Pra nós é uma tristeza muito grande”, lamenta Pellenz.

A assentada e tecnóloga em agroecologia, Daniela Calza, também sente em ver o trabalho coletivo das famílias assentadas há 25 anos no local, referência em produção orgânica e agroecológica no Paraná, ser destruído por incêndios criminosos.

“Era pra gente estar comemorando os 25 anos de trabalho coletivo, que tem gerado a produção de comida limpa e saudável, sem o uso de agrotóxicos, renda e melhoria das condições de vida para os camponeses e gera trabalho paras as famílias de Paranacity. As crianças, tristes, choram e estão traumatizadas”, conta.

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Esse é o segundo ano consecutivo que o assentamento sofre com incêndios criminosos. Ano passado a reserva legal foi atacada, com pontos de incêndios, iniciados em diversos locais diferentes e de forma simultânea. Até o momento a polícia não encontrou os responsáveis.

O assentamento está localizado na região noroeste do Paraná, no local também funciona a Copavi (Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória).

O MST repudia os incêndios criminosos e a violência contra as famílias da Copavi. Esse foi o segundo ataque com incêndio na semana em áreas de Reforma Agrária.

 

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*Editado por Rafael Soriano