A saúde humanizada e natural da Marcha Lula Livre

Equipes de saúde realizam o acolhimento e o cuidado dos marchantes com práticas fitoterápicas
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Espaço de saúde da Coluna Prestes durante a Marcha Lula Livre.

 

Por Nadine Nascimento
Da Página do MST

 

O desgaste de uma caminhada de 50 km, acentuado pelo clima extremamente seco, o sol intenso e a queda brusca de temperatura – típico do cerrado -, passa pelo cansaço, dores musculares, câimbras, desidratação e desequilíbrio emocional. Por isso, é fundamental o trabalho da equipe de saúde ao acompanhar a Marcha Nacional Lula Livre para Brasília, realizada por milhares de militantes Sem Terra.

Essa equipe faz um trabalho intenso que reúne cuidadores indicados pelo próprio Movimento, médicos populares e psicólogos, que oferecem o acolhimento para os marchantes ao longo do percurso e dentro dos acampamentos.    

“A nossa proposta de saúde é pensada na prevenção e no tratamento de forma humanizada, voltada para o paciente, para o acolhimento, apesar da estrutura itinerante”, explica Sandra Cantanhede, do coletivo do Setor de Saúde na região do Distrito Federal. 

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Tratamento com ventosa.

Com práticas integrativas, os cuidados são à base de plantas medicinais utilizadas em sinergias, xaropes e pomadas. “Além da efetividade nos tratamentos, a gente consegue resgatar valores que foram sendo esquecidos. Quando a gente se volta para esses espaços do Movimento, há abertura para esse tipo de coisa. Essas vivências estão adormecidas em todos nós e resgatar esses valores é fundamental na busca de uma vida mais natural”, afirma Tata Salgado, que compõe a equipe de cuidadores da marcha. 

“Eu falo que tudo que fazemos é como cozinhar. Não é só alimento, é também amor, carinho […] A gente se doa para fazer esses medicamentos e, por isso, eles são tão efetivos”, continua.

Neste sentido, Daniela Batista, militante do Levante Popular da Juventude, que vinha de uma atividade anterior do movimento de 45 dias, diz como o tratamento com massagem foi fundamental para sua recuperação após a marcha. “É muito importante ter uma equipe de saúde para auxiliar e acolher as pessoas. Eu vinha de um acúmulo de atividades que com a marcha me deixou muito desgastada, com dores nas costas e pés. Então, o tratamento foi ótimo!”, diz.

Para ela, o resgaste de saberes e valores das plantas medicinais abre um “mundo novo”. “Os tratamentos alternativos são interessantes porque nos apresentam produtos naturais que nós mesmo podemos fazer”, conclui.

A equipe de saúde atuou nas colunas Tereza de Benguela, Prestes e Ligas Camponesas durante todo percurso da Marcha Nacional Lula Livre. 

 

*Editado por Wesley Lima