No Ceará, acampamento do MST sofre despejo

“As máquinas entraram na área do acampamento e destruíram nossas casas, nossos quintais”, relata acampado
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Segundo relato das famílias acampadas, a ação foi truculenta e os acampados continuam na resistência. Foto: Divulgação MST

 

Por Aline Oliveira
Da Página do MST

Na tarde desta última quarta-feira (28), cerca de 30 homens com apoio da Polícia Militar invadiram o acampamento 17 de Abril, no município de Santana do Acaraú, localizado no Noroeste do estado do Ceará, e despejaram 18 famílias que estavam acampadas há mais de dois anos. 

“As máquinas entraram na área do acampamento e destruíram nossas casas, nossos quintais, mataram nossos animais, nos deixaram sem lugar para onde ir. Nós estamos aqui por terra, trabalho e dignidade, vamos continuar a luta até conquistar nosso chão”, afirma o acampado Raimundo Silva.

Segundo relato das famílias acampadas, a ação foi truculenta e os acampados continuam na resistência. Após serem expulsos do acampamento, as famílias passaram a noite ao relento e na manhã desta quinta-feira começaram a construção de novos barracos na entrada da fazenda Canafístula, área reivindicada pelas famílias.

Essa é a terceira invasão da PM neste mês aos acampamentos do MST no Ceará e estão previstos mais dois despejos para dezembro, ameaçando as famílias do acampamento Zé Wilson, no município de Lavras  da Mangabeira, e Vida Nova, em Mauriti. Além disso, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) peticionou novamente o processo de despejo no acampamento Zé Maria do Tomé, localizado na Chapada do Apodi, em Limoeiro do Norte.

Audiência pública

Também na manhã desta quinta-feira (29) houve uma audiência na Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) com representantes do Governo do Ceará, através da  Defesa Civil Estadual, que se compremeteu em apoiar  as famílias, com o envio de cestas básicas e intervem na negociação, pautando a desapropriação da área para fins de Reforma Agrária.

 

*Editado por Wesley Lima.