El efecto, maracatus, Apafunk, Doralyce e muito forró: feira anima o centro do Rio

Não é só comida saudável que tem na Feira Cícero Guedes. O alimento do espírito vem da força da cultura popular

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Do Coletivo de Comunicação do MST/RJ
Da Página do MST 

Durante os três dias de Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, entre 10 e 12/12, o Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, recebeu os frutos da luta pela terra, vindos de assentamentos e acampamentos. Mas além da produção in natura ou agroindustrializada, o Centro do Rio foi movimentado por grupos culturais e artísticos parceiros dos movimentos populares, que trouxeram seus ritmos e sons para agitar a praça pública.

Nas programações noturnas que encerravam os dias de Feira e em intervenções durante o almoço e a tarde, se revezaram no palco principal ou em cortejos pelo chão do Largo várias atrações. Diversos grupos de forró e dois maracatus, o bloco puxado pela Apafunk, Doralyce com Bia Ferreira e a banda El Efecto esquentaram os momentos de integração cultural entre campo e cidade.

No geral, os grupos que se apresentaram têm um engajamento junto às pautas e bandeiras dos movimentos populares. A cantora Doralyce, por exemplo, que trouxe ao palco sua companheira, a também cantora Bia Ferreira, sempre retrata em suas canções a realidade da mulher negra, lésbica, os temas da reforma agrária, da democracia, da luta do povo preto. Assim também o grupo El Efecto, destaque da terça-feira (11).

Para Tomas Rosati, vocalista da El Efecto, seu projeto de música, de banda, é um trabalho de militância. “Acreditar na cultura como uma forma de aproximação das bandeiras e das causas. Nosso entendimento da música é trazer isso, bandeiras, questões para serem debatidas e ao mesmo tempo emocionar e instigar as pessoas, dar um pouco mais de gás para seguirem lutando. Essa é nossa intenção, estar junto com os movimentos populares”, alega.

Na avaliação dos artistas, a Feira se torna muito importante para aproximar o MST daqueles que não necessariamente conhecem a história da luta pela terra. “Em tempos como este, que estão circulando tantas notícias falsas sobre o que é o MST, se torna mais necessário ainda. Botar a cara aqui e se aproximar da população da cidade pra que a gente possa desmistificar essa onda de mentiras, estimular os laços de empatia com a população”, finaliza Tomas.