Trabalhadores rurais falam sobre a importância da Feira Estadual da Reforma Agrária, no Rio
Toda organização do evento só é possível por conta dos trabalhadores rurais que a estruturam. Como é o caso do agricultor Maguiessi Vieira, que há mais de 14 anos é morador do Assentamento Florestan Fernandes, localizado no Espírito Santo. Ele já participou de seis edições das feiras organizadas pelo MST e, desta vez, trouxe geleias e licores, alguns dos produtos do coletivo de mulheres “As Camponesas”, que tem como selo “Terra de Sabores”.
Enquanto corta e lava mandioca, exposta na sua barraquinha da feira, Jorgina Leopoldino da Silva, do Assentamento Osvaldo Oliveira, localizado em Macaé, no norte do estado Rio, também destaca a importância da feira para os trabalhadores rurais.
“Essa é uma das poucas oportunidades que assentados e acampados têm de mostrar os produtos sem veneno que produzem. Para além de falar, é momento de mostrar a reforma agrária e entender a conjuntura”, avalia.
Expondo um dos produtos mais baratos da feira, os quatro abacaxis por R$ 10, Cleber Almeida da Silva, do Assentamento Zumbi dos Palmares, no Espírito Santo, explica que a fruta é mais doce porque não tem veneno na sua produção. Para ele, a feira é muito importante, principalmente, porque o povo pode conhecer alimentos como os que ele produz, sem agrotóxico.
“Ainda temos muitos desafios para conseguir comercializar os nossos produtos. Também é pouco que seja uma vez por ano. O ideal seria ter três feiras por ano”, avalia.
A Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes vai até esta quarta-feira (12), no Largo da Carioca, no centro do Rio. Neste ano, a iniciativa está ocorrendo de maneira independente, sem apoio governamental. Por conta disso, o MST lançou uma campanha de financiamento coletivo, orçada em R$ 17 mil. AS doações são a partir de R$ 10 e podem ser feitas pelo site catarse.me.