Protestos e homenagens marcam um ano do assassinato de Luis Preto

O militante foi assassinado durante um assalto na madrugada em dezembro de 2017
Concentração na Delegacia de Imperatriz.jpeg
Concentração na Delegacia de Imperatriz 

 

Por Reynaldo Costa
Da Página do MST 

Integrantes do MST realizaram um protesto na última segunda-feira, 17, em Imperatriz no Maranhão exigindo justiça contra os assassinos de Luis Preto. O dia também foi de homenagens ao militante assassinado e ao próprio Movimento Sem Terra.

O ato foi realizado em frente ao Plantão Central da 10ª Delegacia Regional de Polícia Civil do Maranhão em Imperatriz, sudoeste do estado. 

As investigações já concluíram as circunstâncias do acontecimento. Antonio de Sousa Santos, um dos acusados de participação no crime foi julgado no mês passado e condenado a 26 anos de prisão pelo crime de latrocínio. Um segundo suspeito está foragido.

“Nós estamos fazendo todos os esforços para prender este ultimo acusado. E vamos encontrá-lo para concluir o caso”, afirma o delegado regional Eduardo Galvão, durante audiência com lideranças do MST e representantes de entidades de direitos humanos.

Auditorio da UEMASUL.jpeg
Auditório da UEMASUL 

Entenda o caso 

Luís dos Santos Silva (Luis Preto), um dos fundadores do MST no Maranhão foi assassinado durante um assalto na madrugada de 17 de dezembro de 2017 em uma das vilas do assentamento Itacira onde era assentado.

Também na segunda-feira, Luis Preto foi homenageado com uma missa na Vila Conceição II, comunidade onde morava desde a década de 1980.

Com muita mistica e emoção, familiares, amigos e militantes sociais lembraram da atuação intensa de Luis em defesa dos trabalhadores. Gilvânia Ferreira do MST lembra que ele não foi só militante apenas do MST: “Luis Preto foi militantes, das pastorais, das comunidades eclesiais de base, do sindicato, do Partido dos Trabalhadores e de diversos outros instrumentos de luta dos trabalhadores, não foi só militante do MST”.

Valdinar Barros, ex deputado estadual lembra que Luis esteve em todas as conquistas da comunidade. “Aqui na Vila Conceição não há nenhuma conquista pela qual não teve uma grande atuação do companheiro Luis Preto. Desde a conquista da terra, a conquista das moradias, das estradas, das escolas, dos calçamentos das ruas. Todas as benfeitorias neste assentamento é resultado de luta intensa de Luis”.

MIssa.jpeg
Militantes do MDT sendo homenageados

O Padre Raimundo Nonato, que celebrou a missa, também falou sobre o militante do MST. “Conheci Luis quando ele ainda era adolescente e que já atuava na Pastoral da Juventude Rural, desde então estivemos juntos em várias fazes das atividades da Igreja, ele era incansável”. Afirma Padre. Nonato que conclui dizendo “A ressurreição é os bons legados que as pessoas nos deixam. Luis Preto está ressuscitado porque todo o seu legado serve para ajudar a comunidade hoje.”

Na noite deste mesmo dia Luís Preto foi homenageado por entidades de Direitos Humanos com o Diploma Padre Josímo de Direitos Humanos. A homenagem reuniu mais de 100 ativistas sociais no auditório da Universidade Estadual do Sul do Maranhão (UEMASUL) em Imperatriz. Luis foi representando pela filha Letícia Viana e pelo filho André Viana, ambos militantes do MST.

O Movimento Sem Terra também foi homenageado coletivamente. O Diploma Padre Josímo foi concedida pelo Centro de Defesa dos Direitos Humanos Padre Josímo Tavares e tem como objetivo reconhecer a atuação de pessoas e de organizações na preservação dos Direitos Humanos. Pelo MST quem recebeu a honraria foi Dionisia Rodrigues, a Dona Dió. Assentada do MST, os 80 anos é um simbolo de resistência e pertença na luta dos trabalhadores rurais sem terra. As homenagens faziam parte das comemorações dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.