MG: Educadores do campo participam de curso de formação em São Joaquim de Bicas

Com objetivo de capacitar os futuros professores e funcionários, grupo se reuniu em seminário pedagógico
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Fotos Agatha Azevedo

 

Por Agatha Azevedo
Da Página do MST 

 

Cerca de 50 pessoas, entre militantes do MST, professores e funcionários das escolas dos acampamentos da região metropolitana de Belo Horizonte, se reuniram no acampamento Pátria Livre para discutir o projeto de educação do MST para as escolas do campo.

Estiveram presentes representantes da escola Elizabeth Teixeira, que foi inaugurada em 2018 e está no segundo ano de funcionamento, e da Escola do acampamento Maria da Conceição, que será inaugurada em fevereiro, seguindo calendário escolar do Estado de Minas Gerais.

Entre os temas debatidos estavam concepção de infância e o respeito à terra, natureza e agroecologia, valores fundamentais nas escolas do MST.

 

Para Amarildo Horácio, diretor da escola Elizabeth Teixeira, “educar no campo é inverter a política educacional, ou seja, ao invés de enviar dezenas de alunos para sede dos municípios, a política estrutura um corpo de profissionais que atuam nas comunidades rurais”.

Esta inversão gera desafios que para Amarildo vão muito além de questões estruturais, passando pelo perfil dos profissionais que são designados para essas escolas, nem sempre sensíveis às causas da comunidade.

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Diante disso, para minimizar esses conflitos e melhor preparar o corpo docente para os desafios que virão, o Seminário Pedagógico é a primeira etapa de um processo de formação constante que começa esse ano.

“O seminário foi importante no sentido de reafirmar a educação do campo dentro de uma perspectiva de projeto de sociedade, lembrando que os desafios conjunturais que passam o Brasil e Minas Gerais  também são os nossos desafios enquanto educadores”, reforça Horácio.

Sobre a experiência do MST em São Joaquim de Bicas e em todo o país, Horácio, que é licenciado em educação do campo, ressalta que: “a escola é plural, mas sua perspectiva deve ser classista, no sentido de formar estudantes críticos na leitura de mundo e capacitados do ponto de vista científico-cultural, uma vez que a humanização e emancipação dos sujeitos só poderá se dar por suas próprias mãos, e daí o papel da escola em criar mecanismos para que isso ocorra”.

Já para Matilde de Oliveira do setor de educação do MST, entre os diferenciais das escolas do campo, estão a aplicação da pedagogia do movimento para promover um ensino libertador.

Esta pedagogia se ancora e foi pensada a partir dos pilares da educação popular, da pedagogia do oprimido e da pedagogia do movimento, ou seja, da própria luta coletiva”. As pessoas se inserem para ser sujeitos, e é preciso entender que as crianças são sujeitos de sua própria educação e história”, finaliza.