A arte em madeira que atravessa gerações

Yang Farias, participante da Escola de Artes do MST, carrega o aprendizado do artesanato característico de sua região

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Por Soraya Melo
Da Página do MST

Yang Farias, jovem de 22 anos e militante do MST, é natural de Alagoas. Artista plástico, desde criança, conta que seu primeiro contato com a arte surge desde que seu pai vendia madeira morta para um dos senhores da região onde ele vive, na cidade de Pão de Açúcar, no Agreste do estado.

Ele conta que nessas vendas das madeiras mortas, o senhor que comprava os itens, veio a desafiar pessoas de a região em relação a arte com o material. E foi daí que seu pai topou o desafio em esculpir arte em madeira.

Não demorou muito para que o jovem também desenvolvesse a habilidade com o artesanato em madeira.

Segundo Yang, na região em que mora, todos fazem arte em madeira e é desse trabalho que garantem o sustento de muitas famílias.

“A arte é a expressão dos pensamentos e sentimentos da natureza”, relatou Yang.  Para o jovem ele apenas aprimora a arte já apresentada pela natureza. “A natureza me mostra suas formas e eu apenas lapido o que a natureza me mostrou e tento dar beleza a ela.

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Yang é um dos mais de 80 jovens que participam da Escola de Artes do MST na região Nordeste que, durante dez dias, proporciona uma série de espaços formativos nas diversas linguagens.

Da música, dança, literatura, audiovisual e teatro, Yang compartilhou as habilidades do artesanato em madeira, ministrando uma oficina de artes plásticas, para outros jovens de diversos estados da região.

Para ele, a possibilidade de compartilhar a oficina de artes plásticas é estimular outros companheiros a também expressarem seus sentimentos através do artesanato.

“Dar uma oficina de artesanato é mostrar minha cultura, mas também mostrar que outras pessoas também podem expressar suas emoções através da arte em madeira”, explicou Yang. “Nesses dias mostramos que todos nós podemos sim fazer arte contando nossa história.”