Contra a reforma da previdência somos resistência!

Painel aborda impacto da reforma na vida das mulheres trabalhadoras do campo e da cidade, no centro de Porto Alegre
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Por Fabiana Reinholz
Do Brasil de Fato

 

Centenas de mulheres e homens estiveram atentos ao segundo painel do ato do Dia Internacional da Mulher realizado no centro de Porto Alegre (RS). O tema do debate foi a Reforma da Previdência, sob a perspectiva do impacto na vida das mulheres do campo e da cidade. 

Uma das principais pautas do dia, a discussão teve como objetivo alertar os presentes sobre o prejuízos da reforma às mulheres, especialmente às mais pobres.

 

Antes da primeira roda de conversa da tarde, foi servido um “banquetaço”, com a distribuição de alimentos saudáveis, para a população presente no local.

 

A deputada federal, Maria do Rosário (PT) ressaltou que a Reforma da Previdência do Governo Bolsonaro é perversa para a população, principalmente aos mais pobres, e em especial as mulheres, que são a maioria mais pobre. “A reforma da previdência significa a retirada do pão da mesa, retirar sonhos e projetos, de jovens, adultos, idosos, a miséria dos brasileiros e principalmente para as brasileiras. Ela nos espezinha e se traduz em crueldade quando nós somos mulheres somos trabalhadoras do campo ou da cidade”, defende.

A deputada lembrou também que não há déficit. De acordo com ela o governo quer entregar a vida das pessoas para a previdência privada e para os bancos.

 

Já a deputada federal, Abigail Pereira (PCdoB), destacou que além a Reforma da Previdência, o governo apresenta a Medida Provisória 873 que prevê a liquidação do sindicatos. “Isso tudo é pensado, organizado, isso se chama fascismo, quando ataca os direitos, quebra a espinha dorsal das instituições que nos representam. É para isso que estamos aqui. Não é por pouco que o 8 de março tem como carro chefe a luta em defesa de uma previdência pública”, alerta.

 

Precisamos entender o que está no texto da Reforma da Previdência e ajudar a população a entender o que está em jogo, avalia Abigail.

A mesa foi composta pelas deputadas federais, Maria do Rosário (PT) e Fernanda Melchiona (PSOL), Abigail Pereira (PCdoB), Bernadete Menezes, Coordenadora Geral da Assufrgs.

 

Reforma ignora a jornada duplo-tripla das mulheres

 

Na avaliação da deputada Fernanda Melchiona (PSOL), a reforma reforça as desigualdades regionais de gênero, o que vai gerar uma sobrecarga ainda maior de trabalho para as mulheres que também sofrem com a dupla, tripla jornada de trabalho. 

“Se a gente levar em consideração as trabalhadoras rurais e as professoras que são muito atingidas pela reforma, vemos como essa reforma do Bolsonaro na verdade é uma reforma para os bancos e contra o povo. É preciso enfrentá-la nas ruas, na mobilização e alterar essa correlação de forças para derrotar esse plano nefasto do Bolsonaro e dos mercados” argumenta Fernanda.

 

Bernadete Menezes também reforça que a reforma ataca o conjunto da classe, mas fundamentalmente as mulheres. “Eles querem usar a força de trabalho das mulheres para baratear o trabalho, é uma maneira para baratear esse custo de trabalho e aumentar a produtividade e a retirada de direitos. Para as mulheres é fazer trabalhar mais tempo. Para a mulher do campo é um escândalo, elas começam desde cedo, além tem jornada dupla-tripla. Temos que lutar, não só para resistir, mas apresentar uma saída para esse país. Não será um bando de homens de governo de direita que vão dar a saída para o Brasil”, conclui.

 

*Editado por Solange Engelmann