Movimentos camponeses ocupam espaços da UFFS com o debate da Reforma Agrária

Por Jaine Amorin
Da Página do MST

Nos dias 20 e 21 de março, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) realizaram a sexta edição da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA), no campus de Laranjeiras do Sul, no Paraná.

As JURA’s foram criadas a partir da necessidade dos movimentos sociais camponeses em ocupar os espaços nas universidades. Atualmente são organizadas em todas as regiões do Brasil, debatendo a Reforma Agrária no meio acadêmico e apresentando o que vem sendo construído pelos movimentos do campo.

O professor doutor Bernardo Mançano Fernandes, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), falou sobre o objetivo das Jornadas: “Tentamos levar para dentro da academia aquilo que os movimentos camponeses e socioterritoriais, como o MST, Via Campesina, e outros, estão construindo. Temos atividades culturais e debates sobre os conflitos e disputas territoriais, além das feiras agroecológicas”.

Existem vários projetos sendo desenvolvidos, mas segundo Mançano,  muitas questões ainda não foram respondidas. “Nós também aproximamos os acadêmicos desses territórios no sentido de que possam se interessar pelas pesquisas e questões levantadas”, completa Mançano.

Com o objetivo de atender as demandas da Região de Fronteira Sul do Brasil, a UFFS é resultado da luta dos movimentos sociais camponeses junto a sindicatos e demais movimentos pela interiorização das universidades.

O campus aonde foi realizada a Jornada destaca-se por ser o único de uma universidade federal dentro de um assentamento de reforma agrária organizado pelo MST, que leva o nome de 8 de Junho (data de ocupação da área).

Programação

A 6ª JURA iniciou na noite do dia 20/03, com a presença do professor Bernardo Mançano Fernandes, que trabalhou o tema “As territorialidades da Reforma Agrária”.

Na manhã do dia 21/03, Mançano deu sequência na sua participação com a plenária “O MST e o Território da Reforma Agrária na Região Centro do Paraná”. O debate contou com a participação dos membros do MST Jaqueline Baim, Juliana Cristina, Jaine Amorin e Luis Carlos Costa, que explanaram sobre a organicidade do MST a partir dos setores e coletivos organizados na região.

O evento contou ainda com exposição e comercialização de diversos produtos da reforma agrária, como alimentos in natura, processados, panificados e artesanatos. Estiveram presentes também membros Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), do Movimentos do Pequenos Agricultores (MPA) e Indígenas.

*Editado por Fernanda Alcântara